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Pesquisa com dados da Uber aponta redução dos congestionamentos em Osasco, Barueri e região

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Motoristas de aplicativo

Uma pesquisa realizada pela Fipe usou dados de viagens intermediadas pelo aplicativo da Uber para criar um indicador inédito que examina a evolução dos congestionamentos em toda a região metropolitana de São Paulo nos últimos anos. A pesquisa identificou uma redução do trânsito na Região Oeste da Grande São Paulo, que inclui municípios como Osasco, Barueri, Cotia, Carapicuíba, Taboão e Itapecerica da Serra, entre outros.

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Nesta região, o índice de congestionamento passou de 26,2% em 2016 para 18,1% em 2018. Considerando toda a Grande São Paulo, o índice passou de 39,6% para 31,4% no mesmo período. O indicador, que representa o tempo extra dos deslocamentos em relação ao que seria possível se houvesse tráfego livre, foi construído a partir da plataforma Uber Movement.

Uber Movement

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São Paulo é a primeira metrópole do país a entrar na plataforma, que consiste em um site público e gratuito – movement.uber.com – que disponibiliza o tempo médio dos percursos entre centenas de áreas da Grande São Paulo, calculado a partir dos dados agregados de viagens pelo aplicativo – em 2018, a Uber ultrapassou a marca de 1 bilhão de viagens no Brasil.

“O objetivo do Movement é contribuir com o trabalho de gestores públicos, planejadores urbanos, pesquisadores e interessados em mobilidade. Usando insights obtidos com os dados, é possível avaliar com eficiência o impacto de diferentes políticas e tomar decisões fundamentadas sobre investimentos em infraestrutura”, afirma Ivo Corrêa, diretor de regulação da Uber na América Latina.

O estudo da Fipe foi coordenado por Eduardo Haddad, professor titular do Departamento de Economia da FEA/USP que recebeu a missão de explorar as possibilidades de pesquisa com os dados do Movement. Para criar o índice, os pesquisadores verificaram o tempo de viagem de cada área para cada área, em cada hora do dia, para chegar aos menores e maiores valores em cada dia, nos três anos – correspondendo a um total de 26,3 mil horas de trânsito analisadas.

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Caso fosse uma única planilha, o banco de dados usado na pesquisa seria uma tabela com 3,7 bilhões de células. Esses dados, estruturados e convertidos em índice percentual, mostram a variação do tempo gasto no mesmo deslocamento em dias ou horários diferentes – quanto maior o índice, mais tempo os trajetos demoraram.

“O resultado e? uma medida simples e intuitiva que pode ser utilizada para a ana?lise e o entendimento de diversas questo?es relacionadas aos congestionamentos urbanos”, explica Haddad. O indicador será atualizado para seguir monitorando a evolução do trânsito.

Comparação

Os pesquisadores da Fipe também analisaram o impacto de diferentes acontecimentos no trânsito. Foi identificado que o viaduto que cedeu na marginal Pinheiros, em novembro de 2018, por exemplo, elevou o índice de congestionamento em 5,1 pontos em toda a capital.

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No site do Uber Movement, é possível comparar os tempos de viagem antes e depois do bloqueio. Os percursos dos Jardins, na capital, até Alphaville, em Barueri, ficaram 87% mais demorados no pico da tarde, nos dias úteis, considerando a média do mê seguinte (dezembro) em relação ao mês anterior (outubro) à interdição da marginal.

A Fipe também identificou que, durante a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, que provocou falta de combustível nos postos, o i?ndice de congestionamento caiu 9,4 pontos. O Uber Movement mostra que, na primeira sexta-feira da greve, as viagens de Osasco até a Penha, na zona leste da capital, ficaram em média 45% mais rápidas em relação à semana anterior.

No Movement, qualquer um pode realizar consultas e visualizar os dados que mais interessar, com filtros que permitem comparar períodos do dia, dia da semana ou datas específicas. São mais de 267 mil combinações possíveis de viagens entre 517 áreas nos 39 municípios da região metropolitana.

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As informações apresentadas no site são calculadas a partir dos dados anonimizados e agregados dos bilhões de viagens intermediadas pela Uber, seguindo metodologia criada para garantir que nenhuma informação permita identificar o comportamento ou a identidade de usuários ou motoristas parceiros específicos.

Além das visualizações, o site disponibiliza bases agregadas para download, com dados de hora em hora, de 2016 a 2018 – recurso não encontrado em outros produtos que exibem informações do trânsito em tempo real, mas não permitem buscas em datas passadas.

O Uber Movement será atualizado com novos dados periodicamente – é necessário um tempo de processamento até os dados de 2019 serem adicionados – e está em constante aprimoramento com base em sugestões de especialistas. Nos próximos meses, o site vai exibir a velocidade média, em km/h, em segmentos de ruas e avenidas, permitindo análises ainda mais detalhadas.

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