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Presidente da Câmara critica gestão anterior

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Presidente da Câmara chegou a ser cassada na legislatura anterior / Foto: Jeferson Martinho
Presidente da Câmara chegou a ser cassada na legislatura anterior / Foto: Jeferson Martinho

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Fernando Augusto

Jeferson Martinho

Reeleito vereador com uma das maiores votações proporcionais para vereador do país (7,07% dos votos), Elvis Cezar (PSDB) vive a novidade de ser governista após oito anos na oposição. E agora é também o presidente da Câmara Municipal de Santana de Parnaíba.

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Filho do novo prefeito Antônio da Rocha Marmo Cezar (PSDB), Elvis chegou a ser cassado no ano passado, após denúncia de suposta compra de votos que atribui à perseguição por parte do ex-prefeito Silvinho Peccioli (DEM), a quem faz duras críticas. “Aqui era uma Coréia do Norte, que imprimia nas pessoas o medo. Só que chega uma hora que todo regime se satura”, afirmou, em entrevista exclusiva concedida ao Visão Oeste na quinta-feira, 21, em seu gabinete.

Como fazer para agregar a Câmara após ter sido cassado pelos vereadores na legislatura anterior?

A eleição foi extremamente difícil, embora eu tenha sido líder de todas as pesquisas desde 2008. Eu sempre tinha o dobro do segundo colocado para vereador e no processo eleitoral isso se confirmou e tive mais que o dobro do segundo colocado. Com uma situação na cidade tão dividida em termos políticos, mais difícil do que me reeleger foi ganhar a presidência da Câmara. Cheguei a ter quatro votos, onze votos, e quase perdi a presidência. Na verdade eu consegui tirar a presidência de outro colega vereador.

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Como tem sido as conversas com os vereadores que apoiavam o governo anterior, do ex-prefeito Silvinho Peccioli?

Tenho diálogo com todos os vereadores e consegui trazer para a base de nove a onze vereadores, e com os outros quatro nós também conversamos. As pessoas me perguntam: “como você conversa com os caras que tentaram te matar politicamente?”. Mas eu tenho um bom diálogo. A minha cassação foi uma demonstração que Deus está presente e ele te socorre na hora certa. Consegui uma liminar no último dia de registro [de candidatura], que me salvou o mandato. Cassaram a liminar e depois consegui outra e terminei o mandato em 2012 com uma decisão do TJ. Nós temos oposição na Câmara e acredito que a cidade que não tem oposição não prospera, porque a oposição impulsiona o governo a trabalhar melhor. Fui oposição sozinho, contra dez vereadores e um prefeito que me esmagava em todas as mídias. Temos hoje quase R$ 80 milhões em dívidas, o ex-prefeito saiu sem deixar dotação orçamentária, não pagou a folha de pagamento. O prefeito Cezar pagou a folha de dezembro e de janeiro e está colocando a cidade em ordem. Com o corte da corrupção, que era o norte da gestão passada, ele vai realizar ainda no primeiro ano de mandato. Temos contratos aí com superfaturamento de 50%; funcionários fantasmas nós tínhamos às centenas. Vamos acabar com essa gordura improdutiva, o câncer que assola a administração pública e destinar esses recursos para executar. Santana de Parnaíba tem um orçamento acima de R$ 600 milhões, 108 mil habitantes, e tem a maior desigualdade do país, porque temos o Alphaville e as áreas livres extremamente carentes. Temos um gargalo de infraestrutura que é a situação caótica do trânsito no Alphaville, no centro da cidade e na Fazendinha, falta de planejamento urbano e viário. [Para resolver] O prefeito encaminhou e nós conseguimos aprovação por unanimidade de um projeto de lei que estabelece que, dentro do perímetro de Alphaville e Tamboré, Aldeia da Serra e Centro Histórico, só podem ser construídos prédios de um mais quatro pavimentos. Fizemos uma suspensão legal [temporária] da verticalização.

O que foi determinante para a vitória do Cezar à Prefeitura?

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Em primeiro lugar, perseverança. Ficamos oito anos na oposição. Acreditávamos piamente que a gestão era errada e provamos isso. Eu, como vereador, fui contra o aumento do IPTU os quatro anos. É indecente o valor do imposto na cidade. Uma cidade dessa riqueza, a segunda mais rica da região em termos per capita, a quinta do estado de São Paulo, não tem maternidade, não tem hospital, tem gargalos de infraestrutura, não tem um parque, um campo na periferia, não tem um velório decente. Tudo isso, aliado ao sistema ditatorial empregado pelo último prefeito. Aqui era uma Coréia do Norte, que imprimia nas pessoas o medo. Só que chega uma hora que todo regime se satura e isso ocorreu aqui.

O processo de cassação influenciou o eleitor para a eleição do Marmo e sua votação expressiva?

A minha votação nesse patamar já era esperada. Toda injustiça o povo não aceita. Eu tinha um projeto social de entrega de brinquedos que estava no 16º ano. Depois nós provamos que a reportagem [sobre a suposta compra de votos] foi montada e o povo recebeu muito mal. Eu também lutava por anistia de imposto, por um IPTU justo, uma maternidade, um centro esportivo. A injustiça foi a pedra final que resultou nessa votação expressiva.

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Como presidente da Câmara, qual seu principal objetivo?

Nós não temos prédio próprio e pagamos uma fortuna de aluguel, R$ 55 mil. Minha maior bandeira hoje é viabilizar a saída para um prédio novo. Construir um novo prédio. Fora o processo legislativo, conseguir aprovar os projetos necessários para o desenvolvimento da cidade.

Como ordenar o crescimento da cidade com a preservação das áreas históricas e de mananciais?

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O prefeito Cezar já falou que vai desapropriar várias áreas ao redor do centro histórico, para fazer um centro expandido, ou seja, tirar as atividades do centro histórico, para preservação. Precisamos tirar o centro do centro histórico, semelhante ao que foi feito em Barueri, que desafogou o centro.

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