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Primeiro as provas, depois o julgamento

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Hoje, no Brasil, pessoas são acusadas sem provas concretas, presas de forma espetaculosa e condenadas sumariamente por parte da imprensa, muito antes dos processos chegarem aos tribunais. Em uma sociedade na qual o “Mito da Caverna”, de Platão, torna-se mais forte a cada dia, todo cuidado é pouco na hora de formar ou emitir opiniões.

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Ao contrário do que parece, as redes sociais, como analisa o filósofo Leandro Karnal, estão criando grupos cada dia mais fechados. Boa parte das pessoas destas redes só quer ouvir aquilo que vai ao encontro do que pensa. Neste contexto radicalizado, duas instituições surgem como vestais intocáveis: a Justiça e a “Grande Imprensa”. Questioná-las é quase justificativa para um linchamento.

Em Osasco, a polícia mandou prender 14 dos 21 vereadores, acusados do desvio de R$ 21 milhões. Entre eles está o prefeito eleito do município, Rogério Lins. Todas as manchetes deram destaque às prisões, feitas diante das câmeras de TV. Não sei se eles desviaram ou não dinheiro público. O senso comum, hoje, quase me obriga a afirmar que são culpados. Mas não posso.

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Já vi homens inocentes no corredor da morte, pessoas que ficaram décadas presas sem cometer um delito. O caso da Escola Base, em São Paulo, é um exemplo claro de que ninguém deve ser condenado sem provas e o irrestrito direito à defesa.

Situações assim podem ser banais quando estão longe. Mas se a Justiça e a Imprensa são parciais em casos como estes, quais garantias teremos de que não serão se o problema for dentro da nossa casa?

Como disse Martin Luther King, “a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar”. Sem provas não podemos condenar ninguém, mesmo que sejam políticos ou pessoas que aparentemente eram culpadas, como os donos da Escola Base.

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Vladimir Soares – Jornalista

1 COMENTÁRIO

  1. Usar uma frase de Martin luther King nesse caso é uma afronta meu caro , cadeia nesses safados que saqueiam nossos cofres públicos só não acho ninguém pra defender trabalhador engraçado né.

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