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Professores decidem manter greve no estado

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Categoria em assembleia no Centro de São Paulo / Foto: Divulgação

Os professores da rede estadual de ensino decidiram hoje continuar com a greve iniciada em 13 de março. A assembleia da categoria ocorreu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Habitualmente, ela era feita no vão-livre do prédio. Mas, nesta sexta-feira, foram proibidos de fazer a reunião no local. Eles reivindicam, principalmente, aumento salarial de 75,33%.

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“Isso demonstra a disposição de luta dos professores depois do reajuste de 0% dado pelo secretário da Educação. Se ele não apresenta reajuste, isso significa que é reajuste de 0%”, disse Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, presidente do Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

Momentos antes do início da assembleia, quando havia poucos professores, os policiais militares ocuparam o vão-livre, criaram uma barreira e foram retirando os manifestantes do local, afastando-os em direção à Avenida Paulista, onde a assembleia foi feita. A ação policial não sofreu resistência dos grevistas.

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Um dos responsáveis pela operação, um capitão da Polícia Militar (PM), que não quis se identificar, disse à reportagem da Agência Brasil que a ação foi feita por solicitação do Masp, que reclama do barulho dos carros de som que estão provocando danos à estrutura do museu. O policial também falou que isso ocorrerá em qualquer manifestação que use como ponto de concentração o vão-livre do museu na Avenida Paulista. A reportagem da Agência Brasil procurou o Masp que não confirmou o pedido feito à PM.

A diretoria da Apeoesp atendeu à solicitação de deixar o local feita pelos policiais e, do carro de som, orientou os professores a se concentrarem na Avenida Paulista, sem forçar passagem para o vão-livre do museu. A assembleia ocorreu sem confronto.

“Eles [policiais] não permitiram [professores no vão-livre]. Isso nós vamos querer discutir com o comando [da PM]. Vemos outros movimentos fazendo manifestação aqui e não vão afundar [o Masp]. Mas nós vamos fazer e vai quebrar? Como assim? O aspecto bom disso é que mostra que eles se importam com a gente. Sempre ocupamos o vão-livre e nunca deu problema. Acho isso uma certa intolerância”, disse Bebel.

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Além da continuidade do movimento, os professores também aprovaram uma nova assembleia para a próxima quinta-feira (30), a partir das 14h, na Avenida Paulista, em frente ao Masp. Neste momento, os grevistas fazem uma caminhada pela Avenida Paulista, com destino à Secretaria da Educação, localizada na Praça da República, no centro. O trajeto passa pela Rua da Consolação.

Ontem (23), houve confronto entre policiais e professores em frente à sede da secretaria, após uma reunião entre a Apeoesp e o secretário Herman Voorwald, que terminou sem acordo. Depois da reunião, um grupo de professores tentou ocupar o prédio, forçando a entrada e foi reprimido pela PM com gás de pimenta.

“Acho que nada justifica a violência. Mas não justifiquem essa violência deixando os professores por 42 dias com 0% de reajuste ou sentar em uma mesa, como fez o secretário, e ficar duas horas dizendo não [às reivindicações]. Acho que quando se tem uma situação de impasse, [governo e secretário] devem intermediar”, disse a presidenta da Apeoesp.

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Segundo ela, os professores entraram com uma ação na Justiça para coibir que os professores tenham os dias parados descontados. Eles também entraram com uma ação no Tribunal Regional do Trabalho solicitando que o TST atue como intermediário na negociação com o governo.

Durante a assembleia, a PM estimou a presença de mil professores no local, mas avaliou que até o fim do ato essa estimativa pode aumentar, devendo chegar a 10 mil. Já os organizadores calcularam em 50 mil o número de participantes.

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