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Secretário diz que tempo de espera diminuiu

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“Só na semana passada contratamos 179 médicos” / Foto: Eduardo Metroviche
“Só na semana passada contratamos 179 médicos” / Foto: Eduardo Metroviche

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Leandro Conceição

Em entrevista ao Visão Oeste, o secretário de Saúde de Osasco, José Amando Mota, fala de ações realizadas para melhorar o atendimento na área, tradicionalmente uma das mais criticadas pela população.

No cargo desde janeiro, ele afirma que o tempo de espera para atendimento no Hospital Antônio Giglio foi reduzido, assim como a espera por consultas em diversas áreas. Foram contratados 179 médicos e há previsão de contratar mais 200.

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Amando Mota defende a possibilidade de retomar o debate sobre a terceirização do hospital municipal: “O que interessa não é discutir ideologia, é discutir o que é melhor para a população”.

O secretário também critica a demora na reforma do Hospital Regional, do governo do estado, iniciada há mais de três anos, que diminui os atendimentos na unidade e, diz ele, sobrecarrega a rede municipal.

Visão Oeste: O que foi feito nos seus primeiros meses de gestão para melhorar a área da saúde no município?

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José Amando Mota: Primeiro a gente dividiu a saúde em três prioridades iniciais: estrutura física, estrutura contratual e estrutura de recursos humanos. Estrutura física: trocamos o telhado do Hospital Antônio Giglio, reformamos toda a parte elétrica da UTI pediátrica, estamos na fase final da reforma do Pronto Socorro Infantil; os Pronto Socorros, estamos mobiliando todos, iniciando a reforma no PS do Rochdale e de todas as Unidades Básicas de Saúde, que são reformas menores. Estrutura contratual: Passamos a não ter mais a prática de pagar por indenização, licitamos tudo. Também colocamos 19 câmeras no almoxarifado central, tanto fora, como dentro, para fiscalizar o material que entra, o que sai, para evitar possíveis desvios. A gente tem que se prevenir. A maternidade também terá videomonitoramento. Estrutura de recursos humanos: começamos a abrir processos seletivos para cobrir a defasagem da quantidade de médicos que necessitamos para cobrir nossos plantões.

“[Terceirização do hospital] pode ser uma saída”

Só na semana passada contratamos 179 médicos, essa semana foram abertos mais processos seletivos.  Nós temos hoje 1,8 mil médicos na rede municipal e pretendemos chegar a 2 mil. Estudamos mudar a forma de pagamento do médico, passar a pagar por hora. Ele seria remunerado e permaneceria nos plantões as 12 horas. Com isso, podem passar a ganhar mais. Hoje temos muitos médicos que estão contratados com duplo vínculo, em função da concorrência que existe entre os municípios. Não posso dizer que esses médicos cumpram horário na integralidade, e temos de exigir que eles cumpram. Agora, também não posso tirar o profissional que chegou 15 minutos atrasado, saiu 30 minutos antes, se não tenho quem pôr no lugar. E entre os municípios há muita concorrência [entre salários dos profissionais]. Tenho defendido que os municípios da região façam um pacto sobre a questão salarial [na saúde], para que não haja essa competição predatória entre os municípios.

Pretende retomar o projeto de terceirização do hospital municipal, que chegou a ser aprovado na gestão anterior e foi barrado por oposicionistas na Justiça?
Para a população, esse debate não pode ficar fora da agenda. O que importa hoje – que apesar se falar em terceirização, se chama modelo de gestão – é que a população tenha assistência. Fazendo a coisa de forma saudável, contratualizada, com responsabilidade, não deixa de ser um caminho a ser estudado. Não estou dizendo que o hospital vai ser terceirizado, mas já tem uma lei aprovada e essa possibilidade existe. Pode ser uma saída, temos de estudar tudo. Não podemos deixar de reconhecer que esse sistema funciona bem em algumas cidades. O que interessa não é discutir ideologia, é discutir o que é melhor para a população.
Há reclamações de que as filas de espera para atendimento no Hospital Antonio Giglio chegam a quatro horas. Qual o tempo médio de espera?

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Esperas mais longas são pontuais. Em um momento chegou a quatro horas, três horas. A quantidade de médicos que tínhamos não era suficiente para atender a população.

Temos de aceitar as críticas para corrigir [os problemas]. Fomos atrás de repor os médicos do pronto atendimento clínico, pediátrico.

“Temos 1,8 mil médicos na rede municipal e pretendemos chegar a 2 mil”

Hoje a espera é 40 minutos, uma hora, uma hora e meia, duas horas, diminuiu. A espera em grandes hospitais particulares, famosos, chega a uma hora e meia, duas horas e meia. Se grandes hospitais, como todo o recurso que têm, a espera é de uma hora e meia, esse seria um tempo razoável, não o ideal.

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E com relação às consultas pré-agendadas?
Tirando as especialidades problemáticas no Brasil como um todo, como neurologia, endocrinologia e reumatologia nós estamos bem. Ultrassons, éramos pressionados porque demoravam seis meses, um ano, hoje não demoram, são feitos na própria semana. Mamografias são da mesma forma. Estamos zerando as filas.

Como está funcionando o Programa de Atendimento Domiciliar (PAD)?

O PAD estava parado, os carros estavam quebrados. Consertamos e desde o final da semana passada estão na rua. Hoje são três carros, com médico, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta, e nossa meta é atender 700 casas por quadrimestre.

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O que é feito no combate às drogas no município e o que pensa sobre a chamada “Bolsa Crack” implantada pelo governo do estado?

Começamos agora a criar uma comissão intersecretarial para fazer os estudos para fazer esse enfrentamento. Envolve Promoção Social, Saúde, Educação… Não li ainda, não tenho uma posição formada sobre o projeto do [governador Geraldo] Alckmin (PSDB). O que a gente tem é clareza do programa do governo federal (chamado “Crack, é possível vencer”), que é muito amplo e não é eleitoreiro.

Como a demora na conclusão da reforma do Hospital Regional, do governo do estado, afeta o município?

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O Hospital Regional está em uma reforma eterna, não faz 1.500 atendimentos pediátricos como fazia por mês, fechou 22 leitos de saúde mental, ginecologia, parto de risco, fechou, fechou, fechou. E quem está atendendo? Somos nós. O estado tem diminuído sua participação no atendimento e o município tem uma participação cada vez maior. Estamos sobrecarregados.

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