O vereador osasquense Daniel Matias, do PRP / Foto: reprodução/Facebook

A polêmica sobre a chamada “ideologia de gênero”, principalmente por parlamentares ligados à igrejas evangélicas, voltou à pauta em Osasco. O vereador Daniel Matias (PRP) apresentou um projeto que visa a proibição, na grade de ensino da rede municipal, de “atividades pedagógicas que visem a reprodução de conceito de ideologia de gênero”.

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O objetivo, declarou, é mostrar “a importância de preservar a família” tradicional.

Para ele, “esse assunto continua, de forma muito velada, na escola. E diz respeito à família a orientação sexual da criança”.

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“É um assunto muito pertinente para a preservação da nossa família”, defendeu Daniel Matias na tribuna da Câmara de Osasco na sessão desta terça-feira, 28.

Ribamar Silva (PRP), líder do prefeito Rogério Lins (PTN) na Câmara, manifestou apoio ao projeto.

Para ativista, projeto “contribui com bullying e evasão escolar” 

O ativista LGBT Dennis Ramos faz duras críticas à proposta de Daniel Matias. Ele lembra que a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal, emitiu recentemente nota técnica na qual defende que proibir a discussão de gênero em sala de aula é inconstitucional. “Já existe jurisprudência que proíbe essa prática dos vereadores”.

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Para o ativista, com este tipo de projeto, parlamentares “insistem na alienação política e social como se fossem mudar a vida das pessoas. Na realidade estão mudando, impedindo a permanência nas escolas, o acesso à educação, contribuindo com o bullying e a evasão escolar”.

Para Dennis Ramos, “não só das crianças LGBT, mas também de seus pais e responsáveis sofrem com isso, ou até mesmo levam a palavra dos ‘pastores vereadores’ (que ignoram o estado laico) como verdade absoluta e contribuem no sofrimento das crianças”.

Coordenadoria da Mulher, Igualdade Racial e Diversidade Sexual

Ele defende ainda a retomada dos trabalhos da Coordenadoria da Mulher, Igualdade Racial e Diversidade Sexual de Osasco, que teve as atividades interrompidas no início deste ano.

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Para Dennis Ramos, um dos fatores que contribuem para este tipo de projeto é “a falta de um organismo que promova políticas públicas e respeito aos diversos segmentos da nossa população”.

 

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