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Vereadores criticam projeto de voto distrital

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Modo de composição da Câmara de Osasco pode ser diferente / Foto: Francysco Souza

Modo de composição da Câmara de Osasco pode ser diferente / Foto: Francysco Souza
Modo de composição da Câmara de Osasco pode ser diferente / Foto: Francysco Souza

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Leandro Conceição

O presidente e ex-presidente da Câmara Municipal de Osasco criticam o projeto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que estabelece o voto distrital para vereador em cidades com mais de 200 mil eleitores.

Pela proposta, os municípios seriam divididos em partes (distritos) e seriam eleitos os candidatos mais votados em cada um dos distritos. O projeto foi encaminhado à Câmara dos Deputados e, para valer nas eleições municipais de 2016, precisa ser aprovado até outubro.

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“Não sou favorável ao voto distrital, até porque em Osasco nós não temos divisão distrital. Como é que vamos dividir a cidade? Eu sou contra”, afirmou o presidente da Câmara osasquense, Jair Assaf (PROS). Para Antônio Toniolo (PCdoB), “é complicado porque teríamos de dividir a cidade em distritos”.

O projeto, do senador José Serra (PSDB-SP) estabelece que a divisão do município em distritos ficaria a cargo dos Tribunais Regionais Eleitorais, conforme regulamento a ser expedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O partido ou coligação poderá registrar apenas um candidato a vereador por distrito e cada vereador terá direito a um suplente.

O prefeito de Osasco, Jorge Lapas (PT), observa que, com o voto distrital, parlamentares “que defendem pautas mais coletivas, como a da Educação, da Saúde, sindicalistas… pautas muito importantes, acabariam trocados por lideranças mais regionalizadas”. O petista defende que o voto distrital misto (no qual os eleitores teriam dois votos, um no candidato do distrito e outro na legenda) “seria mais razoável”.

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“Distritão” avança na Câmara dos Deputados

Parecer do relator Marcelo Castro (PMDB-PI) lido esta semana na Comissão Especial da Reforma Política da Câmara dos Deputados aponta o “distritão” como modelo com mais força para avançar na Casa. Neste sistema, os mais votados para o Legislativo seriam eleitos – a eleição deixaria de ser proporcional e se tornaria majoritária.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), avaliou, nesta quinta, 14, que o “distritão” é o único modelo capaz de avançar na Casa. “Eu não vejo outro modelo com condições de passar”. “É uma lógica que o eleitor entende: os mais votados são eleitos”.

Cunha diz que o atual modelo, de votação proporcional “não está correto”. “Você se lembra do [ex-deputado] Enéas no passado? O Enéas trouxe quatro deputados com menos de mil votos.”.
Vereador mais votado na última eleição, o osasquense Antonio Toniolo (PCdoB) diz considerar o distritão “razoável”. “Mas meu partido é contra”.

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