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Editorial – Violência não é a resposta

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Quando um povo se arma para se defender da tirania é porque já não há mais outros caminhos. O Brasil viveu isso depois de um golpe há 50 anos. Naquela época o cidadão estava simplesmente impedido de protestar, contra o que quer que fosse. Foi cerceado o direito de expressão, de manifestação, de greve. No mundo, conjunturas políticas que levaram ao levante violento foram bastante comuns ao longo da história.

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Mas assim como a ciência e tecnologia, os conceitos de organização social, moral e política tendem a evoluir com o tempo, buscando formas mais eficientes de resolução de conflitos. E, naturalmente, menos danosas à vida e aos direitos individuais e coletivos.

Cabe a todo cidadão questionar a quem serve a violência

Por isso é tão preocupante o debate que está se formando tendo como epicentro o trágico episódio que vitimou o jornalista da TV Band durante manifestação no Rio de Janeiro. Primeiro porque tende a assumir contornos tão nebulosos que desviam o foco da discussão e do combate à violência como ferramenta de opressão e censura. Segundo, desvia o foco das razões (ou da ausência delas, em alguns casos) para protestos no Rio ou em outros lugares do Brasil. Tira da pauta o fato de o Brasil ser o país primeiro colocado das Américas em mortes de jornalistas durante o cumprimento de seu dever. Isso apenas para enumerar alguns aspectos.

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O episódio acaba por expor as liberdades de expressão e manifestação, tão buscadas nos difíceis anos da ditadura militar, ao risco do revisionismo barato, carregado de revolta e de um distorcido senso de justiça, prato cheio para um julgamento precipitado. Cabe a todo cidadão, policial, manifestante, governante ou indiferente, questionar-se o tempo todo a quem serve a violência. Pois que não está a serviço da humanidade, nem da melhoria das condições de vida ou do combate de coisa alguma. Ela apenas não é a resposta, porque evoluímos para termos outros caminhos.

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