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Além de não ter carteira assinada, Sheherazade diz que foi “humilhada” por Silvio Santos no SBT

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silvio santos rachel sheherazade
Episódio em que o Silvio Santos repreendeu publicamente Sheherazade no Troféu Imprensa foi citado no processo como comportamento “humilhante e machista” / Foto: reprodução

No processo contra o SBT que tramita na Justiça de Osasco, além de não ter carteira assinada e, consequentemente, não receber direitos trabalhistas como férias de 13º, Rachel Sheherazade afirma que sofreu danos morais, ao ser “humilhada” pelo patrão, Silvio Santos.

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A jornalista pede valores que somam quase R$ 20 milhões na ação contra a emissora de Osasco, segundo o portal “Notícias da TV”. Silvio Santos teria ficado “indignado” com o pedido da ex-funcionária. Boatos apontavam que a pedida chegava aos R$ 30 milhões.

Um dos episódios que Rachel Sheherazade destaca na ação foi a cerimônia do Troféu Imprensa de 2017. Ela subiu ao palco para receber o prêmio de melhor apresentadora de telejornal e foi repreendida publicamente pelo patrão: “Eu te chamei para você continuar com a sua beleza, com a sua voz, foi para ler as notícias, e não dar a sua opinião. Se quiser falar sobre política, compre uma estação de TV e faça por sua própria conta”, declarou o dono do SBT à jornalista.

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De acordo com o “Notícias da TV”, a defesa da apresentadora afirma que, neste episódio, Silvio Santos teve um comportamento depreciativo, preconceituoso, vexatório, humilhante e constrangedor, além de ter uma “atitude nitidamente machista, [que] colocou a figura feminina numa posição em que a beleza física é supervalorizada em detrimento dos atributos intelectuais”.

Rachel Sheherazade diz que também sofreu “censura e boicote” na emissora. Após pedido do empresário Luciano Hang, um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, alvo de críticas da jornalista, ela teve seu espaço no ar reduzido.

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Também foram anexados ao processo e-mails nos quais a direção de jornalismo pedia para ela diminuir o tom, considerado “agressivo”, de seus comentários políticos nas redes sociais.

Após quase 11 anos, a jornalista não teve seu contrato renovado e deixou o SBT em outubro do ano passado. Na época ela recebia salário de quase R$ 215 mil, como pessoa jurídica.

A defesa dela no processo afirma que, sem carteira assinada, portanto sem receber direitos trabalhistas, a soma de 13º não pago a ela chega a mais de R$ 1,5 milhão; férias não remuneradas somam mais de R$ 5 milhões; com FGTS e multa não paga o valor calculado ultrapassa R$ 5,3 milhões, entre outros.

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A Justiça Trabalhista de Osasco marcou para o dia 3 de agosto, a primeira audiência do caso, em que as testemunhas de Rachel Sheherazade e do SBT serão ouvidas pelo juiz. Hermano Henning, que também processou a emissora de Silvio Santos, é uma testemunha de defesa da ex-colega.