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Crueldade sem fim: menino era mantido preso em barril e teve de comer as próprias fezes

"Só queria alguma coisa pra comer, só", disse o garoto aos PMs

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menino preso em barril
Fotos: Polícia Militar

Uma menino de 11 anos foi resgatado neste sábado (30), pela Polícia Militar após ter sido encontrado em situação desumana, em Campinas, no interior paulista. Ele estava acorrentado dentro de um barril de ferro fechado com uma tampa de mármore.

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Os policiais chegaram até a residência onde a vítima morava com o pai, a namorada dele e a filha dela, após denúncias de vizinhos, que notaram o sumiço do menino. Nua e com sinais de desnutrição, a criança chegou a comer as próprias fezes porque não recebia comida. À polícia, o garoto contou que quando saia para tomar banho, jogavam água sanitária nele e que ficava preso desde os 10 anos.

menino preso em barril
Foto: Polícia Militar

A polícia acredita que a criança estava acorrentada dentro do tambor há um mês. Os policiais registraram o momento em que encontraram a vítima, que estava com fome e sede. “Faz tempo que você está aí?”, perguntou um PM. “É por causa que eu pegava as coisas pra mim comer sem pedir pra minha mãe e para o meu pai. Meus irmãos podem pegar coisa pra comer e eu não”, disse a criança. “Só queria alguma coisa pra comer, só”, continuou.

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Em depoimento à Polícia Civil, o pai do garoto contou que o menino era muito agressivo, agitado e fugia de casa. Ele disse que prendia o filho para educá-lo. Já os vizinhos relataram que o menino sofria maus tratos há anos e nem mesmo as denúncias ao Conselho Tutelar resolveram a situação. Segundo o G1, o Conselho afirmou que acompanhava o caso há um ano e que vai apurar se houve falha.

Os policiais usaram alicate para remover as correntes das mãos e dos pés da criança, que foi socorrida e levada ao Hospital Ouro Verde, onde deve permanecer internado para tratar a desnutrição. Assim que receber alta, o menino deve ser encaminhado para um abrigo.

O pai, a namorada e a filha dela foram presos e devem responder por tortura. O pai da criança pode ser condenado entre dois e nove anos de reclusão. Já a sua namorada, e a filha dela, que compactuaram com o crime, podem receber pena de um a quatro anos de prisão, caso sejam condenadas.

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