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“Sou ameaçado todo o dia. Quer me matar, pode matar, não estou nem aí”, diz Datena

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O apresentador José Luiz Datena falou no “Brasil Urgente” desta quarta-feira (8) sobre as ameaças de morte que costuma receber. “Recebo ameaça pra caramba, sou ameaçado todo o dia. Quer me matar, pode matar. Não estou nem aí, já vivi bem. Não estou na idade para usar pistola. Pode me dar 380 tiros se quiser”.

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Ele ainda revelou que chegou a andar armado. “Teve uma época que eu recebia ameaças pesadas, e cheguei a andar armado, mas eu tinha posse de arma”.

O apresentador tocou no assunto para dizer que entende o decreto do presidente Jair Bolsonaro que facilita a posse de armas. “Muita gente [jornalista] está escrevendo [sobre o decreto de Bolsonaro que facilita a posse de armas], sem receber qualquer tipo de ameaça. Queria ver eles escreverem e sendo ameaçado como eu sou. Entendo o decreto que Bolsonaro fez”.

Mudanças incluem compra de cartuchos e transporte de armas carregadas

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O presidente Jair Bolsonaro assinou na terça-feira (7), em cerimônia no Palácio do Planalto, o decreto que regulamenta a posse, o porte e a comercialização de armas e munições para caçadores, atiradores esportivos e colecionadores, os chamados CACs.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, assina o decreto que dispõe sobre a aquisição, o cadastro, o registro, a posse, o porte e a comercialização de armas / Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

Entre as mudanças, o governo sobe de 50 para 1.000 o limite de cartuchos de munições que podem ser adquiridos por ano pelos CACs, além de autorizar o transporte de armas carregadas e municiadas no trajeto entre a casa do portador e os clubes de tiro, o que estava proibido.

O decreto também permite a livre importação de armas e munições e amplia o prazo de validade do certificado de registro de armas para 10 anos, bem como todos os demais documentos relativos à posse e ao porte de arma.

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O decreto também amplia o uso da arma de fogo para moradores de áreas rurais. Até então, o uso era permitido apenas na casa-sede da propriedade.

Com a nova lei, está autorizado o uso em todo o perímetro do terreno. Também há uma permissão expressa na norma para que estabelecimentos credenciados pelo Comando do Exército possam vender armas, munições e acessórios. Na prática, isso deve ampliar o número de estabelecimentos comerciais que vendem armas de fogo.

Outra mudança introduzida pelo decreto é a garantia do porte de arma a praças das Forças Armadas com estabilidade assegurada, que tenham pelo menos 10 anos de serviço, além de garantia das condições do porte a militares inativos.

Importação

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No caso da livre importação, o governo quebra o monopólio da empresa Taurus, maior fabricante de armas e munições do país, já que passa a permitir a aquisição de armas e munições do exterior mesmo quando houver similar no Brasil, o que era vedado pela legislação em vigor. Bolsonaro disse que deve rever a taxação da empresa para não prejudicá-la frente a abertura de concorrência no mercado.

O presidente ressaltou que o decreto “não é um projeto de segurança” pública, mas defendeu o direito da população se armar.

Ele criticou as políticas públicas adotadas por governos anteriores. “Toda a política desarmamentista que começou lá atrás no Fernando Henrique Cardoso até hoje, o resultado foi a explosão do número de homicídios e mortes por arma de fogo. Com toda certeza, dessa maneira, nós vamos botar um freio nisso”, afirmou.

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