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Dia da Mulher: uma das primeiras maquinistas do Estado de São Paulo é de Carapicuíba

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maquinista viamobilidade Carapicuíba
Foto: divulgação Viamobilidade

Elisabeth Quintiliano da Silva, uma das primeiras maquinistas da antiga CPTM, atual Viamobilidade, é de Carapicuíba.

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Há cerca de 30 anos, Elisabeth, de 58 anos, trabalha nas Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda.

Hoje como supervisora de tráfego da ViaMobilidade, ela iniciou a carreira na ferrovia como uma das primeiras mulheres maquinistas do Estado de São Paulo.

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Em 1993, Elisabeth ingressou em uma turma composta por 15 maquinistas, sendo 12 homens e 3 mulheres.

Quando se inscreveu para a vaga, tinha o desafio de sustentar sozinha sua filha de 20 dias.

“Meu vizinho do prédio, em Carapicuíba, era mecânico de locomotivas e me falou sobre a oportunidade, vendo que eu tinha acabado de ter minha filha. Mesmo com as dificuldades do puerpério e a recuperação do parto, decidi fazer inscrição. Foi uma oportunidade para eu ter um bom trabalho e criar minha filha sozinha”, relembra Elisabeth.

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Na época, o processo seletivo incluía triagem por altura, teste de força, prova de raciocínio lógico, conhecimentos gerais e um exame psicotécnico. Elisabeth passou em todas as etapas e conciliou o período de treinamento com a rotina de cuidados da filha recém-nascida, com a ajuda da mãe.

Quando iniciou a atuação como maquinista, deixava a filha na creche, na Estação Júlio Prestes, e seguia para sua rotina.

Do preconceito ao acolhimento

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Em um universo com quase 400 homens, Elisabeth passou por diversas situações desafiadoras no início da carreira. “A gente ouvia comentários, tanto dos nossos pares quanto de passageiros. Quando tinha alguma falha, mandavam a gente ir pilotar fogão ou lavar louça. Eram coisas que aconteciam na operação e poderiam acontecer com qualquer um, mas falavam essas coisas para mim porque sou mulher. Só que eu nunca me abalei com isso”, relembra.

“Sempre trabalhei nas Linhas 8 e 9 e posso dizer que hoje em dia o cenário é completamente diferente. Nunca mais passei por problemas de machismo e discriminação. O ambiente de trabalho é mais seguro, tem muito mais mulheres e me sinto acolhida”, afirma Elisabeth.

“A ferrovia foi um presente para mim. Tudo o que eu tenho veio daqui e me sinto muito realizada, tanto como pessoa quanto financeiramente. Quando alguém me pergunta o que eu sei fazer de melhor em minha vida, a resposta é clara: uma é cozinhar e outra é ser ferroviária”, finaliza a supervisora de tráfego, que também é formada em Gastronomia.

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