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Metalúrgicos abordam ações contra acidentes e doenças do trabalho durante 44º ciclo de debates

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44º Ciclo de Debates, em Taboão da Serra / Foto: Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

O acidente que matou nove pessoas e deixou feridos, em uma empresa de contêiner, em Itapecerica da Serra, há nove meses, reforçou a cobrança por ações contra acidentes e doenças de trabalho durante o 44º Ciclo de Debates do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região. O encontro foi realizado na quinta-feira (22), na subsede de Taboão da Serra.

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Familiares de duas das vítimas fatais do acidente participaram do encontro. Ambas lidam com a ausência de seus filhos e do diálogo por parte da empresa. “Nenhum pedido de desculpas, pêsames, nada”, disse Daniel Ribeiro, que perdeu seu filho Diego no desabamento.

O rapaz completaria 28 anos na próxima segunda-feira, 26. “Sinto falta de tudo”, disse o pai, que, claro, não se conforma com a perda. “É muito difícil, fico imaginando: a vida da gente não vale nada”, enfatizou.

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A dor sentida por Ribeiro também devora o coração de Nadir de Moraes, mãe de Jucimara, e a impede de falar. No entanto, as lágrimas, o olhar triste e sua outra filha, Edilene Moraes, falam por ela. Segundo a jovem, nem mesmo a comunicação do acidente foi feita pela empresa: “fiquei sabendo pela televisão”.

O presidente do Sindicato, Gilberto Almazan (Ratinho), chamou a tragédia acidentária de “calamidade” e detalhou os esforços feitos pela entidade na busca por reparação. “Tem mais de dez instituições trabalhando neste caso, a nossa luta é para que elas passem a trabalhar em conjunto e para que tenhamos justiça”, destacou.

Os participantes do Ciclo também fizeram um minuto de silêncio em memória das vítimas, inclusive daquelas que perderam a vida nos acidentes ocorridos na Cinpal (dois trabalhadores) e na Albras (um trabalhador). “A nossa atuação é para que novos acidentes não ocorram. O trabalho não pode matar, não pode sequelar”, enfatizou João Batista, secretário-geral do Sindicato.

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Remígio Todeschini, diretor da Fundacentro, elogiou a proposta do Sindicato de, no caso da Multiteiner, envolver as instituições num trabalho conjunto de investigação. Durante o encontro, também destacou a importância do combate a todos os tipos de assédio e, para isso, o fortalecimento da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), que, desde março desde ano, passou a ter como atribuições, não só a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, mas também, a prevenção e o combate de qualquer forma de violência praticada no trabalho, especialmente o assédio sexual.

 

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