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Metalúrgicos de Osasco e região protestam contra o fim da produção da Ford no Brasil

“Esse é um ato que chama atenção para os milhares de empregos que serão perdidos", declara Gilberto Almazan

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Metalúrgicos de Osasco em ato contra fechamento da Ford
Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região participou, nesta quinta-feira (21), de um ato organizado por diversas centrais sindicais contra o fechamento das fábricas da Ford no Brasil. O protesto aconteceu em frente à concessionária da montadora no Ipiranga, na capital paulista.

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“Esse é um ato que chama atenção para os milhares de empregos que serão perdidos com o fechamento da Ford. Também reforça a necessidade do fortalecimento da indústria. Sem ela, não temos progresso, não temos trabalhos qualificados”, comenta o secretário-geral do sindicato, Gilberto Almazan, presente na manifestação em que todos os participantes estiveram com máscara.

De acordo com a entidade, outros movimentos aconteceram durante esta quinta (21) em pelo menos uma concessionária da montadora em cada capital estadual. Eles fazem parte de uma série de ações programadas pelas centrais e sindicatos na tentativa de reverter a decisão da montadora.

metalúrgicos de osasco ato contra fechamento da ford
Ato realizado nesta quinta-feira (21) / Foto: Divulgação/ Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

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Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com as demissões de aproximadamente 5 mil na Ford, haverá uma perda potencial de 118.864 mil postos de trabalho diretos e indiretos, com uma perda de massa salarial de R$ 2,5 bilhões aos trabalhadores.

“Ao fechar uma fábrica com mais de cem anos no Brasil, demonstra um caminho perigoso que é a desindustrialização. Com isso fecha-se bom empregos, prejudica mão de obra especializada, sem contar os trabalhadores indiretos, como vendedores de concessionárias e lojas de autopeças”, destaca Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

“O impacto é enorme; a mobilização é necessária”, diz sindicalista

Durante o ato, o líder sindical Manguinha ressaltou ainda que o fechamento das fábricas vai trazer impactos para toda a economia brasileira. “O fim da produção da Ford vai desencadear milhares de demissões até mesmo fora da cadeia automotiva. O impacto é enorme. A mobilização é necessária e tem que ser reforçada para evitar mais prejuízos para o nosso país e que outras empresas façam o mesmo”, defendeu.

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Atualmente, o Brasil tem 14 milhões de pessoas desempregadas. Em meio à pandemia de covid-19, as centrais sindicais defendem que a vacinação e um programa de geração de empregos são “as medidas mais importantes para a retomada econômica brasileira”. A tese, que foi reforçada durante o ato, é defendida também por Paulo Feldmann, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP.