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Opinião: Constelação familiar com crianças e adolescentes

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Por Carmen Mírio*

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Muitas crianças e adolescentes tem causado inúmeras preocupações para as famílias, para as escolas, para a sociedade, para as empresas, seja através de comportamentos inadequados, sentimentos autodestrutivos, pensamentos fixados no mundo virtual, sem medo do que virá, sem objetivos para o futuro, algo preocupante.

A falta de referência, de orientação e de solução do que será o futuro, parece estar longe de existir. As famílias já não sabem o que fazer. Entretanto, é momento de todos se unirem para buscar as soluções mais adequadas, começando por entender as razões de todos esses desajustes.

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O psicoterapeuta alemão Bert Hellinger estudou durante anos, e nos trouxe a valiosa Constelação Sistêmica Familiar, existente já há quase 30 anos e que agora ganha um lugar de destaque, para compreender, recuperar, fazer, reparar muito do que se perdeu nas famílias, e possibilitar uma reconexão à fonte para uma vida mais equilibrada, feliz e saudável.

Tudo o que acontece numa família é em nome do amor, visto por uma lente esfumaçada e praticada de maneira equivocada. Bert Hellinger chama “As Ordens do Amor” em que descreve 3 princípios ou leis que quando violados, e sempre os são, causam desequilíbrio no sistema familiar e aciona uma forma negativa nas futuras gerações para compensar.

                “Sistema” significa aqui uma comunidade de pessoas unidas pelo destino, através de várias gerações, cujos membros podem ser inconscientemente envolvidos no destino de outros membros, segundo Bert Hellinger, no livro As ordens do amor.

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            Os 3 princípios são: a Ordem ou Hierarquia, o Pertencimento e o Equilíbrio.

            1) A Ordem ou Hierarquia descreve que todos têm um lugar no sistema familiar, e é determinado por quem vem antes. Quando essa ordem é mudada, acontece o que é chamado de emaranhamento. Para exemplificar: o filho toma lugar do pai ou da mãe, ou dos avós quando morrem, se distanciam, se separam, se ausentam, vão à falência, pois se sentem responsáveis por eles. Ou quando o irmão/irmã mais novo (a) quer estabelecer como os irmãos mais velhos devem fazer.

É uma inversão de papel na hierarquia familiar e resultará nos péssimos relacionamentos afetivos, com seus pares, com as lideranças, pois ocupa na sua família de origem um papel que não é seu, com sérios reflexos na sua vida pessoal. São aquelas pessoas que dizem que não conseguem obedecer e nem ter chefe. Conhece alguém assim?

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             2) O Pertencimento é um direito que todos de um sistema familiar possui. Quando uma pessoa é excluída, abandonada ou esquecida, seja por ter matado alguém, ter cometido suicídio, ter doença contagiosa, doença mental, abortos espontâneos ou provocados, identidade sexual diversa, mortes trágicas, separações no casamento, viciados em jogos, bebida, drogas, religião contrária ao sistema familiar, profissão ou qualquer outra atitude na qual a família não aceita, nem aprova, e com isso a excluí, abandona ou a esquece, acarreta desequilíbrio negativo que atingirá as futuras gerações. Todos têm direito de pertencer a um sistema familiar e negar esse direito, gera consequências dolorosas. Um exemplo pessoas que não conseguem se estabelecer em nada, emprego, relacionamento, lugar, estão sempre buscando algo ou pior que isso, a repetição do destino da pessoa excluída.

            3) O Equilíbrio refere-se a troca, para que haja relacionamento equilibrado as pessoas precisam dar e receber, dar e tomar de forma igual. Na medida em que uma pessoa faz mais pela outra, não há como se manter em equilíbrio tal relação. Uma mulher que se dedica inteiramente ao seu marido, se anulando e depois é abandonada por ele. Na realidade é um desequilíbrio, pois ele jamais poderá pagar-lhe e a abandona. Ou alguém que tenha enganado ou tenha ficado devendo dinheiro, acarretando um desequilíbrio, e as futuras gerações poderão pagar por isso, através de muito trabalho sem conseguir ganhar dinheiro.

As crianças e os adolescentes no sistema familiar carregam o fardo dos equívocos de seus pais, tios, avós, bisavós, etc. Querem salvá-los, copiá-los, morrer por eles, mas isso não é possível e as consequências são: suicídios, medos, doenças físicas, emocionais, mentais e espirituais, comportamentos agressivos, síndromes, transtornos diversos e a repetição de tudo que aconteceu no passado.

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A constelação sistêmica familiar auxilia na compreensão, na conscientização e na solução dos emaranhamentos que acarretam a infelicidade dos pequenos.

As crianças e os adolescentes estão apenas copiando tudo aquilo que o seu sistema familiar lhe deu. A Constelação Sistêmica Familiar pode ajudar a libertá-las desse peso e possibilitar uma vida mais equilibrada, feliz e saudável. Além do que ajudará ao seu sistema familiar: pais, tios, avós, bisavós.

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Carmen Mírio é psicoterapeuta, consteladora sistêmica familiar e empresarial, palestrante e autora do livro Regressão para Crianças. Ministra cursos de formação em Psicoterapia Reencarnacionista e Regressão Terapêutica, Crianças do século 21 – para pais, professores, terapeutas. Terapeuta Floral. Pós-graduanda em Pedagogia Hellinger. Associada colaboradora na área da Medicina Integrativa, onde também atua no trabalho com as crianças e nos estudos da psiquiatria, na Pineal Mind. Site www.carmenmirio.com.br

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