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Francisco Rossi: “Como deputado estadual, vou ser mais útil para Osasco e região do que se eu fosse deputado federal”

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Francisco Rossi

Em entrevista durante visita à redação do Visão Oeste, o ex-prefeito de Osasco, Francisco Rossi (PR), de 78 anos, candidato a deputado estadual, falou sobre o cenário político e de projetos para caso seja eleito.

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Rossi comentou a opção de tentar uma vaga na Assembleia Legislativa (Alesp) ao invés da Câmara dos Deputados, onde já exerceu dois mandatos. “Como deputado estadual, vou ser muito mais útil para Osasco e a região do que se eu fosse deputado federal”.

Para ele, a região sofre com uma falta de representatividade na Alesp e na Câmara Federal. “A representatividade da região, pela importância que ela tem, é quase zero”. E isso afeta na busca por recursos. “Com certeza, uma cidade com representação na Câmara, na Assembleia, fatalmente vai receber mais recursos e mais atenção do que aquelas que não têm”.

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Hoje Osasco tem apenas Marcos Martins (PT) como representante na Alesp, após a morte de Celso Giglio (PSDB), no ano passado, e as cidades que compõem o Consórcio Intermunicipal da Região Oeste (Cioeste) contam, ao todo, com quatro parlamentares. Rossi acredita que apenas Osasco “poderia ter, brincando, seis, sete deputados estaduais”.

O ex-prefeito fez críticas à gestão do prefeito Rogério Lins em Osasco e disse considerar esta eleição uma espécie de termômetro para avaliar a possibilidade de tentar voltar à Prefeitura em 2020. Questionado sobre se pode voltar a concorrer a prefeito no próximo pleito municipal, declarou: “Vou ser bem franco: se eu falar que não, estou mentindo. Vai depender do resultado dessa eleição, para eu saber qual a minha densidade eleitoral na cidade”.

Sobre a disputa ao governo do estado, o ex-prefeito de Osasco disse que seu apoio a Márcio França (PSB), de quem chegou a ser cotado para ser vice na chapa, ocorreria independentemente de seu partido.

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Apoio à presidência indefinido

Na disputa presidencial, apesar de o PR apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) junto ao chamado “centrão”, Francisco Rossi diz que ainda não tem candidato e cogita até votar em Jair Bolsonaro (PSL) pela defesa à ampliação do porte de armas: “Queria ver o Alckmin falando sobre essa questão, que para mim é importante. O Estatuto do Desarmamento desarmou a população e os bandidos, não”.

Ele só assegura em quem não votará: Luiz Inácio Lula da Silva ou Fernando Haddad, do PT, ou qualquer outro candidato de esquerda. “Sou, hoje mais do que nunca, assim como minha família, anti-PT”.

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Rossi diz ainda ter “pena” do atual presidente, Michel Temer. “Ele está pagando o preço de ser um governo fraco, não é? E ele vai ter que se rebolar para não ir preso depois”.

Leia a entrevista completa:

Visão Oeste: Quais projetos e bandeiras vai defender caso seja eleito deputado estadual?

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Francisco Rossi: Legislativo é diferente do Executivo. Tenho experiência nas duas áreas, gosto mais do Executivo, mas também gosto do Legislativo. Quero desempenhar meu papel fiscalizador, buscar alternativas junto ao governo estadual para ver como eu posso servir à comunidade osasquense, às cidades da região.
Vou pleitear sempre o que precisa, em termos de obras, de olho na questão da segurança, reforçar o trabalho para que Osasco tenha uma saída decente para a Castello, que o projeto já está pronto, não sei o que estão esperando. Estou achando o Hospital Regional muito bom, mas dá para melhorar, aumentar, é claro.
Enfim, sempre estar atento a todas essas questões, saúde, educação, segurança… Vai ser esse o meu papel. Não quero prometer nada específico. Até porque eu só prometo o que tenho certeza que poderei cumprir.

Hoje Osasco tem dois deputados estaduais e em toda a região são quatro. Essa quantidade é suficiente? Quantos deputados estaduais o senhor acha que a região pode ter?

Osasco poderia ter, brincando, seis, sete deputados estaduais. O PR, por exemplo, acho que quem tiver 50 mil votos no PR se elege deputado estadual. Tem o PSDB, o PSB, que em tese poderia também pensar em eleger… Enfim, acho que divide muito a cidade por qualquer motivo, e a cidade, por qualquer motivo, vota muito em candidato de fora.

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E isso reflete nos serviços do estado relacionados à cidade, à região?

Com certeza, uma cidade com representação na Câmara Federal, na Assembleia Legislativa, fatalmente vai receber mais recursos e mais atenção do que aquelas cidades que não têm.

A segurança tem sido uma das principais questões dos debates. Como o senhor avalia esta área e o trabalho do governo do estado no setor?

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A gente nota, pelos números estatísticos, que a segurança melhorou no estado. Mas como a gente vive aqui, não tem parâmetro para estabelecer comparação, diria que ainda é muito assustador o clima aqui. Você anda à pé nas ruas das grandes cidades preocupado, olhando de lado. Você está dirigindo, nos cruzamentos, tem sempre uma preocupação… É uma preocupação permanente por parte de todos aqueles que têm que andar pelas cidades. Isso antes era mais nos grandes centros e agora você vai para o interior e está generalizado.
Sou contra o Estatuto do Desarmamento. Acho que isso contribuiu muito para o aumento da criminalidade, porque o bandido não tem medo de entrar em uma casa porque sabe que não vai enfrentar ninguém armado.
Eu já vivi uma situação de ter que me defender com arma, dentro da minha casa, há muitos anos… e foi o que me salvou, ter uma arma. Quando eu vivi esse problema, encarei. O sujeito foi armado, 2h da manhã, invadiu o meu espaço, pulou a grade da frente do meu jardim, tentou arrombar a porta da frente, tentei dialogar com ele para ir embora… e o sujeito me encarou. Falei: ‘estou armado’ e ele ‘atira’ e eu não atirei para matar, mas atirei e ele subiu a grade de costas. Não tenho a menor dúvida de que não morri naquele dia porque tinha uma arma.
Acho que esse pessoal que invade propriedades privadas, fazendas no interior… por que fazem isso? Porque sabem que o pessoal está desarmado. Então, é uma questão de filosofia de governo. Um governo mais à esquerda tem essa ideia de desarmar o povo, as pessoas, e, com isso, só vi piorar a segurança no meu estado e no meu país.

Falava-se que a sua filha, Ana Paula Rossi seria candidata a deputada estadual. Vocês afirmaram que “por questões políticas” ela declinou e o senhor saiu candidato. Como aconteceu isso?

Na verdade, o prefeito [Rogério Lins]… Veja bem, não estou querendo criticar quem quer que seja, mas ele deve ter tido os motivos dele para lançar seis candidatos do partido dele (Podemos) na cidade. Nunca vi um negócio desses. Então, ele está inovando, tomara que dê certo e tal… No que vai resultar eu não sei. Mas isso praticamente inviabilizou a candidatura da minha filha, porque ela não tem voto fora de Osasco.
A gente fazia umas pesquisas e ela aparecia em primeiro lugar sempre [na cidade]. Seguramente ela iria ter uma boa votação, mas insuficiente para se eleger. A gente fez os cálculos, ela poderia eventualmente se eleger, mas não quis correr esse risco.
E em qualquer enquete que você fizer em Osasco, por telefone ou na rua, eu apareço muito bem, tanto para federal quanto para estadual.

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E por que saiu candidato a estadual e não a federal?

Não tenho vontade de voltar para Brasília. Eu não estava mais a fim de disputar eleição. Não existe eleição ganha… tenho uma boa chance de me eleger. Se eu me eleger, continuo perto da minha família, dos meus amigos, da minha cidade, não é?
E acho que, como deputado estadual, vou ser muito mais útil para Osasco e a região do que se eu fosse deputado federal, porque tudo lá é decidido conjuntamente, você se sente mais impotente para ajudar, para resolver problemas. E eu [como deputado federal, entre 2007 e 2011] peguei um governo do PT [com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] que não me atendeu em nada.
Fui escolhido lá como vice-líder, e eu não queria, da bancada do PMDB. Aí, no primeiro projeto que eu teria que encaminhar, convencer os outros a votarem, era uma verba de R$ 25 milhões para uma cooperativa da Bolívia. Eu falei: ‘desculpa, sinto muito, mas não vou encaminhar isso e muito menos vou votar a favor, vou votar contra’. Aí, caí em desgraça. Eu fiquei os dois anos como vice-líder [do PMDB na Câmara] e os quatro sem ser atendido em absolutamente nada. Foi uma desilusão tremenda.

Durante seu último mandato como deputado federal, a região também teve como representantes na Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT), de Osasco, Silvinho Peccioli (DEM), de Santana de Parnaíba, e Fernando Chucre (PSDB), de Carapicuíba. Hoje são apenas Valmir Prascidelli (PT), de Osasco, e Bruna Furlan (PSDB), de Barueri. Além da Assembleia Legislativa, há também uma baixa representatividade da região na Câmara Federal, não é?

A representatividade da região, pela importância que ela tem, é quase zero. Noto o esforço da Bruna, do Prascidelli, são meus amigos, me dou bem com os dois, mas é pouca representatividade. E agora o Prascidelli contando com a má vontade do governo Temer para atendê-lo.

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Como avalia o desempenho do governo do estado na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) e agora Márcio França (PSB)?

O Alckmin teve um condão favorável na administração dele, pagou em dia os funcionários… Mas acho que ele ficou devendo algumas coisas para a região, especialmente no trato dessa questão do corredor Oeste. Você vê da divisa com Osasco até Barueri a obra iniciada e praticamente abandonada. Foi um governador que, de 1 a 10, eu dou 6 para ele. Foi razoável, não foi aquela ‘Brastemp’.
O Márcio França, o tempo que ele tem, ou teve, para fazer alguma coisa é mínimo. Pegou o barco andando e com compromissos com o Alckmin, com o Doria atrapalhando a candidatura do Alckmin e o relacionamento dos dois complicado…
Gosto do Márcio França. O PSB deu o meu vice quando fui candidato a governador, em 1998, e ele foi muito leal comigo. Mesmo que meu partido não estivesse apoiando o Márcio França, eu estaria, como gesto de gratidão.

Entrevista com Francisco Rossi, candidato a deputado estadual

Francisco Rossi: “Como deputado estadual, vou ser mais útil para Osasco e região do que se eu fosse deputado federal”

Em entrevista durante visita à redação do Visão Oeste, o ex-prefeito de Osasco, Francisco Rossi (PR), candidato a deputado estadual, falou sobre o cenário político e de projetos para caso seja eleito.

Francisco Rossi Ana Paula Rossi Ana Paula Rossi Ana Maria Rossi

Publicado por Jornal Visão Oeste em Sexta, 31 de agosto de 2018

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Desta ligação veio o fato de agora o senhor ter sido cogitado como possível vice de Márcio França?

Olha, ele nunca formalizou, mas eu recebi uma consulta de uma pessoa muito ligada a ele sobre como eu aceitaria eventualmente ser vice. O Márcio França é muito competente, tem tudo para ganhar. Tem a máquina, tem experiência, fala muito bem, e quando fala convence. Acho que ele vai para o segundo turno. Ele precisa agilizar mais a campanha, principalmente aqui na região Oeste.

O senhor avaliou Alckmin como um governador “nota 6” e seu partido apoia a candidatura dele à presidência junto ao chamado “centrão”. Por que acredita que ele enfrenta dificuldades para deslanchar nas pesquisas (onde aparece na casa dos 5%) e o que ele pode fazer para mudar isso?

Eu acho que com o ‘centrão’ apoiando, ele tem tudo para dar uma melhorada. Tem chance? Tem. Mas ele teve um complicador que foi o comportamento do Doria, que no primeiro instante de avaliação sobre quem seria o candidato do PSDB, se arvorou como possível candidato a presidente. E até há pouco tempo se cogitava isso.
O Alckmin vai ter que fazer um trabalho de recuperação. A esperança, talvez, dele seja reconquistar alguns votos do Bolsonaro. Eu acho que ainda a televisão vai ter um peso muito grande e o Alckmin deve ter um bom tempo, o que deve ter um peso muito grande. Acho que ele tem chance de ir para o segundo turno.

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O senhor declarou que, independentemente de seu partido, apoiaria o Márcio França a governador. Isso mostra que não necessariamente o senhor precisa fechar com as indicações do partido. O Alckmin é seu candidato à presidência?

Fiquei feliz de o PR ter apoiado o Márcio França, porque eu fico alinhado com o partido. Mas o PR tem isso de bom. Eles liberam a gente para fazer aquilo que for melhor em termos do espaço que a gente ocupa, no caso Osasco e região. Sou bem franco em dizer para você que ainda não tenho candidato a presidente.
Não vou votar em branco e nem anular voto, mas ainda estou em dúvida sobre em quem votar. Quero ver os debates, conhecer melhor o que cada um está propondo.

Pelo que viu até agora, como avalia os candidatos à presidência?

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Alckmin se sai muito bem nos debates, passa uma imagem de estadista, tal… Leva essa vantagem. Mas ele ainda não me convenceu, vou aguardar mais um pouco. Eu diria que a tendência de apoiá-lo é boa, mas ainda não é definitiva.

O senhor cita a questão da ampliação da liberação do porte de armas como uma pauta importante. Existe a possibilidade de apoiar Jair Bolsonaro (PSL), o que atua mais fortemente neste sentido?

Não excluo essa possibilidade. Queria ver o Alckmin falando sobre essa questão, que para mim é importante. Implica na questão da segurança das pessoas, já que o Estatuto do Desarmamento desarmou a população e os bandidos, não.

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E os outros candidatos?

O Ciro Gomes é um sujeito experiente, fala bem, tal. Mas, de vez em quando, ele perde no palavreado. Alvaro Dias, para mim, foi uma grande decepção. Estava bem inclinado em considerar a possibilidade de votar nele, não fazer campanha, mas naquele debate da Bandeirantes ele foi um desastre. Ele se expressa mal, não fala com clareza, não aborda questões importantes com a clareza que é preciso ter.

Como avalia o desempenho do governo Temer?

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Tenho pena do Temer. Ele quis deixar um legado, que seria essa reforma da Previdência e algumas outras coisas, mas você vê um boicote em cima de tudo que é iniciativa dele. Ele está pagando o preço de ser um governo fraco, não é? E ele vai ter que se rebolar para não ir preso depois.

Sempre fez oposição ao PT. Como vê a insistência do partido em manter a candidatura de Lula e o fato de ele continuar aparecendo como líder nas pesquisas mesmo preso?

Sou, hoje mais do que nunca, assim como minha família, anti-PT. Mas a gente tem que reconhecer que o PT sabe fazer marketing político. E o Lula tem um discurso que soa como música aos ouvidos das pessoas mais humildes. E não só o discurso… Na prática, ele botou dinheiro no bolso desse povo mais humilde. O povo que sofre viu nele alguém que estava preocupado e tal. Pessoas que não entendem como funciona essa mecânica da economia…
E a Dilma foi um desastre. Ao invés de ir para a reeleição, ela deveria ter renunciado à candidatura e dado uma nova chance para o Lula ser candidato. Ele seria tranquilamente reeleito e aí, sei lá eu… A Dilma não tinha habilidade política nenhuma e foi um desastre. Agora, acho o Lula um fenômeno político.

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E o que acha da argumentação do PT, de que a prisão dele é “política”?

Estão mais do que provadas as coisas que, por equívoco ou não, ele cometeu, não é? Essa questão do triplex, a questão do sítio, em que ele não escapa de outra condenação, o mensalão… A verdade é essa: ele cometeu erros.
Não fico contente de ver o Lula preso. Aliás, é muito triste ver um ex-presidente preso. Mas ele cometeu diversos ilícitos, foi provado. Então, ele vai ter que cumprir a pena.

Voltando às questões locais, como avalia a gestão de Rogério Lins em Osasco?

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Prefiro dizer que ainda é cedo para avaliar o governo dele. É cedo. Tem um ano e meio, um ano e oito meses de governo… Entendo que ele está devendo muito para a população. Prometeu muito e, até agora… Na verdade, me afastei dele no comecinho do governo dele.

Existiam especulações de que havia uma suposta disputa nos bastidores entre o senhor e o ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT) por influência na gestão.

Eu nunca falei nada para ofender o João Paulo, não tenho nenhuma diferença de ordem pessoal com ele. Mas nós fizemos uma campanha contra o PT, e o Rogério ganhou a eleição e entregou a espinha dorsal da Prefeitura para o João Paulo. E o [ex-secretário] Gelso [Lima] como preposto.
Então, falei isso com todas as letras e o João Paulo, no direito dele, negou, dizendo que não tinha nada disso, que quem mandava era eu. Na cabeça de muita gente, acham, já que minha mulher (Ana Maria Rossi) é vice, que minha filha (Ana Paula Rossi) era secretária de Educação, que o Cláudio [Monteiro, sobrinho de Rossi], secretário de Obras, eu que indiquei, o que não é verdade.

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E qual o papel de sua esposa no governo?

Nenhum. Ela me pediu muitas vezes para maneirar meu modo de falar, dizendo que ainda está no começo e tal… Agora, seria bom uma hora você entrevistá-la e perguntá-la. Eu lavo minhas mãos. Ela se dá bem com ele, é muito sábia, não passa recibo, não. Mesma coisa minha filha.

Apesar de suas críticas, seu grupo ocupa um espaço considerável no governo, com a vice-prefeita, as secretarias de Educação, uma das que têm maior orçamento, e Obras, que é uma vitrine importante.

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Mas eu não apitei absolutamente nada. E o Cláudio não nomeou nem a secretária dele. Quer dizer, até hoje, francamente… não sei por que ele topou assumir uma secretaria onde ele não podia nomear nem a secretária dele. Hoje eu não sei. Não me interesso, não quero saber como estão as coias. Nunca apitei absolutamente nada, nem na Secretaria de Educação, nem em lugar nenhum. Não tive espaço.
Eu não iria querer emprego na Prefeitura, mas fiquei com aquela bela ilusão de que eu seria ouvido, não é? Ele prometeu um Conselho de Ex-Prefeitos, para opinar, para apoiá-lo… quero o bem da minha cidade, do meu povo, tenho um amor muito grande por Osasco, tudo que sou ou já fui devo ao povo, e ele nunca me pediu opinião para nada.
Não queria que a Ana Paula assumisse a Secretaria [de Educação], implorei para ela não assumir: ‘não faça isso, não vai ser bom’ e tal… [E ela] ‘é, mas eu vou ser candidata a deputada, o Rogério vai me apoiar, vou ser a única candidata [apoiada pelo prefeito]. Falei: ‘você vai se decepcionar’. Não é do estilo dele dizer não para as pessoas, ele quer agradar a todos. Aí, diz ‘sim’ e acaba desagradando a maioria. Ele é boa gente, me cumprimenta, me abraça, outro dia me elogiou, falou que iria me apoiar [na campanha a deputado estadual], mas é só da boca para fora, não sei como ele pode me apoiar. Com seis candidatos do partido dele, ele não pode fazer isso, seria uma traição fora do comum com os seis.

Pensa em voltar a concorrer à Prefeitura de Osasco em 2020?

Vou ser bem franco: se eu falar que não, estou mentindo. Vai depender do resultado dessa eleição, para eu saber qual a minha densidade eleitoral na cidade. Pesquisa não ganha eleição, mas a mais recente que eu vi… aponta que eu me elegeria deputado federal com quase 30% dos votos [na cidade]. Seriam cerca de 400 mil votos válidos e eu teria aqui 120 mil votos. Mas pesquisa não ganha eleição.
Sou bem franco, acho que nosso grupo político deve lançar um candidato, possivelmente eu ou a Ana Paula. Meu sonho é vê-la um dia como prefeita. Ela é muito sábia, muito inteligente, dá show de bola. Quando tenho alguma dúvida, consulto duas mulheres: minha esposa e ela. Elas são muito sábias.

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É por estar na coordenação de sua campanha que Ana Paula não voltou para a Secretaria de Educação ou ela vai continuar como vereadora?

Ela não quer mais [comandar a Secretaria], perdeu a confiança. Quebrou o lado de confiança que havia entre ela e o prefeito.

Mas ela continua na base do governo?

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Ela é independente. Ela votava muita coisa com o [ex-prefeito] Emidio [de Souza, do PT] fazendo oposição ao Emidio, quando percebia que era coisa boa para a cidade. Agora ela falou que vai fazer a mesma coisa. Falei: ‘você pretende voltar à Secretaria?’ e ela falou que ‘de jeito nenhum’.