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Mandela marcou a história ao unir brancos e negros na África do Sul

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Mandela morreu nesta quinta-feira, 5, aos 95 anos, em decorrência de problemas respiratórios / Foto: Divulgação Nações-Unidas-P.-Sudhakaran.jpg

Agência Brasil

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Responsável pelo fim do regime de segregação racial na África do Sul, o apartheid, Nelson Mandela, de 95 anos, conquistou o respeito de adversários e críticos devido aos esforços em busca da paz. Ele foi o primeiro presidente negro da África do Sul, de 1994 a 1999, e recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1993. Mandela morreu nesta quinta-feira, 5, aos 95 anos, em decorrência de problemas respiratórios.

Mandela morreu nesta quinta-feira, 5, aos 95 anos, em decorrência de problemas respiratórios / Foto: Divulgação Nações-Unidas-P.-Sudhakaran.jpg
Mandela morreu nesta quinta-feira, 5, aos 95 anos, em decorrência de problemas respiratórios / Foto: Divulgação Nações-Unidas-P.-Sudhakaran.jpg

O líder ficou conhecido como Madiba (reconciliador) devido ao clã a que pertencia e recebeu o título de O Pai da Pátria. A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela em defesa da luta pela liberdade, justiça e democracia.

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Ao visitar o Rio de Janeiro, nos anos 90, Mandela foi a um show de Martinho da Vila, no Sambódromo, e demonstrou entusiasmo ao ver uma apresentação de capoeira. Ao lado do então governador Leonel Brizola (que morreu em 2004), Mandela acompanhou o ritmo do samba e agradeceu as manifestações de apoio da plateia.

Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, pela terceira vez, com Mandela. Segundo Lula, sua trajetória política foi marcada por duas influências intensas: Mandela e Fidel Castro, ex-presidente de Cuba e líder da Revolução Cubana, em 1959.

De uma família sul-africana nobre, do povo Thembu, Mandela ficou 27 anos preso em decorrência de sua luta em favor da igualdade racial, da liberdade e da democracia. Na prisão, ele escreveu sua autobiografia. Preparado pela família para ocupar um cargo de chefia tribal, Mandela não aceitou o posto e partiu em direção a Joanesburgo para cursar direito e fazer política.

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Com amigos, Mandela criou a Liga Juvenil do Congresso Nacional Africano (CNA), cuja sigla em inglês é Ancyl. Ele foi eleito secretário nacional da Ancyl e executivo nacional do CNA. O princípio da sua política é a paz.

Na prisão, Mandela não tinha contato com o exterior, pois não podia receber jornais e notícias externas. Mesmo no período em que esteve preso, Mandela recebeu homenagens. No dia em que deixou a prisão foi recebido por uma multidão. Ele gritava: “Poder” e os manifestantes respondiam: “Para o povo”.

A eleição de Mandela foi um marco na história do país, definindo a nova África do Sul com um processo de reconciliação entre oprimidos e opressores. Em 1992, o resultado do referendo entre os brancos dá ao governo, com mais de 68% de votos, o aval para as reformas e permite uma futura constituinte.

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Em 2001, Mandela foi diagnosticado com câncer de próstata, mas apesar do tratamento ele fez campanha em favor do combate à aids, um dos principais problemas de saúde pública na África do Sul. Ao completar 85 anos, ele anunciou a aposentadoria.

Líderes mundiais lamentam morte de Mandela

Líderes mundiais divulgaram notas de pesar pela morte de Nelson Mandela, lembrando o exemplo, a influência e a importância do ex-presidente sul-africano. Ele morreu nesta quinta-feira, 5, aos 95 anos. Mandela sofria de problemas respiratórios e estava recebendo cuidados médicos em casa.

A presidente Dilma Rousseff declarou: “Mandela conduziu com paixão e inteligência um dos mais importantes processos de emancipação do ser humano da  história contemporânea – o fim do apartheid na África do Sul”. Ela acrescentou que os brasileiros receberam consternados a notícia da morte do líder sul-africano.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ressaltou que se inspirou em Mandela. “Eu sou um dosincontáveis ?que se inspirou na vida de Nelson Mandela. Minha primeira ação política foi um protesto contra oapartheid. Estudei suas palavras e seus escritos. O dia em que ele foi libertado da prisão me deu a percepção do que os seres humanos podem fazer quando são guiados por suas esperanças, e não por seus medos”, disse.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, elogiou o líder sul-africano como “um gigante pela justiça” que inspirou movimentos de libertação. “Muito no mundo inteiro foi influenciado pela sua luta altruísta pela dignidade, igualdade e liberdade humana. Ele tocou as nossas vidas de uma forma muito pessoal”, disse Ban Ki-moon aos jornalistas, em tributo a Mandela.

 

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