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Toniolo defende ampliação da Câmara

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Presidente da Câmara diz que pode sair candidato a deputado em 2014 / Foto: Eduardo Metroviche
Presidente da Câmara diz que pode sair candidato a deputado em 2014 / Foto: Eduardo Metroviche

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Em seu sexto mandato como vereador, Antônio Aparecido Toniolo (PCdoB) assumiu este mês a presidência da Câmara de Osasco pela primeira vez. Em entrevista ao Visão Oeste, ele fala dos desafios da função e pede agilidade na ampliação da estrutura da Casa, com a construção de uma novo prédio, que ficaria ao lado de um novo Paço Municipal, conforme projeto apresentado no ano passado pela Prefeitura.

Toniolo também diz que pode colocar um possível aumento do número de vereadores em Osasco novamente em debate “se os partidos manifestarem interesse”.

Visão Oeste: Quais os principais desafios na presidência da Câmara?

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Toniolo: Um deles é de ser tão bom executivo como legislador. Ser vereador fazendo leis é uma coisa, passar a administrar uma Câmara é passar a ser Executivo também, uma responsabilidade muito grande. Outro desafio é conduzir com seriedade e, apesar da harmonia que a gente possa ter com o Executivo, ter independência. Temos outros projetos, participar junto com o Executivo da construção de uma nova Câmara. Hoje a Câmara está pequena, não comporta um número grande de pessoas aqui dentro. Vimos na [cerimônia de] posse a dificuldade de trazer o povo para dentro da Casa. Se nós tivermos condições de ampliar isso, dar condições, salas adequadas para os vereadores… é outro desafio.

“Hoje a Câmara está pequena”

Essa não é uma obra rápida, não é?

Não. Se iniciar agora, são, no mínimo, dois anos de construção. Vamos formar um grupo de vereadores e funcionários da Câmara para que acompanhem o projeto executivo [do novo prédio da Câmara]. Não podemos ter uma Câmara que em um, dois anos, se torne deficiente. Temos que projetar uma Câmara para 5, 10, 15, 20 anos pra frente, já prevendo uma série de situações; uma ampliação do número de salas, para que possa comportar um número maior de vereadores; plenários menores para comissões temáticas e audiências públicas; sala de reuniões para lideranças. Se a Prefeitura não for iniciar [a obra do novo prédio] vamos ver o que faremos. Mas acredito que o Executivo deve fazer. Conversei com o prefeito Jorge Lapas, que disse que logo no início do mandato iniciaria essas obras [do novo Paço e novo prédio da Câmara].

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A falta de estrutura da Câmara foi um dos argumentos usados para que o aumento do número de vereadores não avançasse e há uma pressão de alguns partidos pela ampliação de cadeiras. Com uma nova Câmara, o senhor é favorável ao aumento do número de parlamentares?

Não foi bem uma questão só de estrutura. Se fosse o caso, poderia alugar um anexo para comportar os novos vereadores. O que houve foi uma avaliação dos vereadores da época de que Osasco não comportava um número maior de parlamentares, achavam que até 23 seria ideal. Colocar 27 ou mais vereadores é um número muito grande para a cidade. Não houve também um entendimento dentro dos próprios partidos [que queriam o aumento], que não chegaram a um acordo sobre o número, queriam 27, conseguiram chegar a 23 e alguns disseram que era ou 27 ou nada.

“Partidos é que devem manifestar interesse [sobre aumento de cadeiras]”

Como presidente da Câmara, pretende colocar o aumento do número de vereadores novamente em pauta?

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Os partidos é que devem manifestar interesse e, se chegar para nós, e os vereadores entenderem que deve ser levado à mesa de votação, vamos levar. Na época [em que o tema foi discutido] por ser pré-eleitoral, havia a questão de que a sociedade era contra. Não era uma política boa para aquele momento, hoje é outra situação.

O senhor assume a presidência em meio a um grupo eclético de partidos. Acredita que haverá dificuldades para gerar consenso na Casa?

Já estamos com uma boa experiência nesse sentido. Tenho 20 anos de Câmara, já passei por várias Legislaturas, algumas com mudanças grandes, radicais. Isso é bom para a Casa, mas também teremos que trabalhar muito mais com reuniões, com conversas.

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Um ex-vereador era criticado por promover supostas ações assistencialistas, como ter caminhão próprio para retirar entulho. O vereador pode fazer isso? Qual o limite entre ajudar a população e assistencialismo?

O vereador não pode fazer isso [prestar serviços de responsabilidade da Prefeitura]. Você pode dar uma atenção ao munícipe, auxiliar, mas diretamente o vereador não pode. Isso não impede que ele apoie uma ONG, uma associação, por exemplo.

“Lapas (PT) vai ter facilidade de governar”

Tem algum projeto que destaca para o mandato como vereador?

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Às vezes você tem muitos projetos que gostaria de apresentar, deu a ideia, e é vetado às vezes por simples vaidade política de um secretário ou de outro. Mas às vezes você dá a ideia ao Executivo e ele acaba apresentando. Uma das ideias que eu dei é o projeto de recolher carros abandonados na rua. Não consegui ver aprovado este projeto. Em compensação, um colega meu apresentou e foi aprovado. O mesmo projeto que eu apresentei. Tem muitas ideias que não são viabilizadas diretamente por você, mas que acaba sendo ampliada.

A Câmara é criticada por muitas vezes servir como “avalista” do prefeito. Qual a expectativa para este Legislativo neste sentido?

Vamos primar pela independência do Legislativo, mas hoje é difícil dizer que o [prefeito Jorge] Lapas (PT) não vai ter facilidade de governar, porque vai ter, no mínimo, um grupo de 17 vereadores ao seu lado.

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Já na escolha da mesa diretora, ficou claro que havia grupos de vereadores formados. Isso dificulta o trabalho?

Com certeza. Mas quero acreditar que só houve uma coisa momentânea, para a escolha da mesa.

O senhor está em seu sexto mandato como vereador. Quais seus planos para o futuro político, planeja continuar como vereador ou alçar vôos mais altos?

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Todo político tem que almejar crescimento. Fui candidato a deputado, fui bem votado. Hoje estou mais em função do meu partido. De um tempo pra cá, a vontade política da gente mudou muito. Hoje, o teu mandato é do partido. Estou diretamente ligado ao PCdoB, sou mais um soldado. As decisões do partido é que definem a situação do político. Se o partido determinar que eu tenha que sair candidato, para ajudar, em nível estadual ou federal, vou ter que ir para essa luta. Hoje não é o meu pensamento.

Como o senhor chegou ao PCdoB e como avalia o atual momento do partido?

Eu estava numa legenda muito pequena [o PRP], que inviabilizava minha continuidade como político, inclusive. Estava em busca de uma legenda, que seria o PSD, no qual eu não teria nenhum problema, por ser um partido em formação. Mas no PSD eu iria criar um transtorno, porque já estavam indo pra lá [os ex-vereadores] Fumio Miazaki, Osvaldo Vergínio [e o vereador] Josias da Juco e o partido se fortaleceria muito aqui. Aí, umas correntes políticas entenderam que era melhor eu ir para um partido de linha mais socialista, e foi o que ocorreu. Já militei no PCdoB enquanto jovem e, logicamente, hoje as ideias são outras. É uma linha mais socialista do que comunista. Houve uma abertura muito maior no partido, até pensando no crescimento. Não me defino como um comunista de carteirinha, mas defendo os ideais do partido, até porque a filosofia hoje é outra, não é de guerrilha… é de defesa dos interesses do cidadão e do estado.

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