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Cerca de 8 mil alunos da USP estão sem aula devido à greve por falta de professores

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greve usp
Fotos: Reprodução redes sociais

Cerca de 8 mil alunos da FFLCH – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP – Universidade de São Paulo, estão sem aula desde a segunda-feira (18) devido a uma greve dos alunos dos institutos.

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Os estudantes reclamam da falta de professores e exigem novas contratações.

O estopim para a paralisação, aprovada em assembleia na última quinta-feira (14), foi na Faculdde de Letras, que anunciou o fim dos cursos de japonês e coreano para 2024 caso não houvesse a contratação imediata de um novo docente. Na prática, os professores que se aposentam não estão sendo substituídos e as cadeiras estão ameaçadas. Os demais cursos da FFLCH, como História, Gegrafia, Ciências Sociais, Filosofia, entre outros, aderiam ao movimento grevista.

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Segundo levantamento dos alunos, apenas para os cursos de Letras deveriam ser contratados 114 novos professores para manter o Departamento de Letras Orientais em funcionamento.

Além disso, os alunos também denunciam outros sucateamentos promovidos. Isabele Paiva, representante do CEUPES (Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo) relata a falta de professores nos institutos de Ciências Sociais, História, entre outros; a diminuição das bolsas do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE) e PUB (Programa Unificado de Bolsas), que caiu de 40 vagas em 2022 para 2 só na Faculdade de Ciências Sociais em 2023, e redução de 30% nas bolsas PUB na FFLCH e de 68% só em sociologia, fora o atraso no pagamento aos já participantes, além de terceirização e precarização de áreas como segurança, limpeza, alimentação, que foram terceirizadas, entre outros diversos problemas.

Na noite de segunda-feira (18), centenas de alunos reuniram-se na porta da faculdade e foram impedidos de acessar o prédio, que foi fechado pela diretoria da FFLCH, com orientação da Reitoria, sob a alegação de proteção contra danos. O diretor Paulo Martins também não pode acessar o prédio e que acabou chamando a Polícia.

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Segundo o diretor Paulo, em vídeo publicado no dia 17, a Universidade contratou recentemente 879 docentes, e desses, 70 serão encaminhados para a FFLCH ao longo de três anos, quantidade superior à destinada à ECA (36), Politécnica (59) e Esalq, de Piracicaba, que teve 61. “Portanto não há menor possibilidade de dizer que o número de contratações que vão ser feitas pela a Reitoria prejudicam a faculdade, ao contrário a Reitoria se colocou muito disposta a atender aquilo que poderia fazer dentro desse contingente de professores”, destacou o diretor, enfatizando que esses 70 professores seriam totalmente incorporados até meados de 2024.

Porém, os alunos cobram a implantação de contratação automática de professores pós-aposentadoria, bem como transparência na situação do corpo docente de todos os cursos e a ampliação das bolsas de permanência e clareza nos critérios de admissão dos alunos ao PAPEE.

A greve está declarada por tempo indeterminado até que se chegue a um consenso. Hoje, o DCE – Diretório Central dos Estudantes deve se reunir em assembleia sobre a greve e a decisão dos próximos passos da mobilização.

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