Início Cidades Carapicuíba “Havia risco de desmoronamento”, diz Prefeitura de Carapicuíba sobre terreiro demolido

“Havia risco de desmoronamento”, diz Prefeitura de Carapicuíba sobre terreiro demolido

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terreiro Ilê Asé Odé Ibualamo Defensoria
Foto: Reprodução site Defensoria Pública SP

A Prefeitura de Carapicuíba iniciou nesta semana a demolição do terreiro Ilê Asé Odé Ibualamo, um dos mais tradicionais da cidade. Procurada pelo Visão Oeste, a administração municipal diz que laudos da Defesa Civil apontaram “risco de desmoronamento da edificação por conta da instabilidade do solo e problemas estruturais”.

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“Esse risco iminente à segurança e integridade física das pessoas era de ‘R4’, maior nível da escala apurada, segundo o Plano de Risco Municipal”, informou a Prefeitura, em nota, citando ainda que as fortes chuvas que atingiram a região nas últimas semanas fizeram com que “as condições do imóvel ficassem ainda piores”.

A demolição do espaço, fundado na década de 1.980, integra as obras de canalização do Córrego Cadaval que visa minimizar as enchentes na região, que sofre constantemente em períodos de fortes chuvas. A intervenção, no entanto, causou diversos transtornos aos frequentadores do terreiro e no entorno.

córrego do cadaval carapicuíba
Obras no Córrego Cadaval, em outubro de 2022 / Foto: PMC

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A administração municipal de Carapicuíba disse que tem oferecido Bolsa-Aluguel aos moradores afetados com as obras. “Para a responsável do centro religioso, foi disponibilizada a Carta de Crédito para que pudesse continuar com as atividades em outro local, com segurança e sem riscos aos responsáveis e frequentadores”, informou.

“A Prefeitura respeita e apoia a diversidade de credos e atividades religiosas presentes no município, já que elas são patrimônio da nossa cultura. Todos os esforços foram feitos a fim de que o centro religioso fosse transferido para outro local”, finalizou.

Pedido de tombamento

O esclarecimento veio após a Defensoria Pública de São Paulo solicitar o tombamento do terreiro como forma de proteger o espaço considerado patrimônio cultural. “O ideal é que se garanta à comunidade da unidade territorial tradicional Ilê Asé Odé Ibualamo um local adequado para a manutenção de suas práticas, de modo dialogado com a liderança”, afirmaram os defensores Vanessa Alves Vieira e Pedro Ribeiro Agustoni Feilke.

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Os ofícios foram enviados ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de SP (Condephaat) e ao Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH).