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“Ser drag queen é uma arte”

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“Ser drag queen é uma arte”

“Ser drag queen  é uma arte”Leandro Conceição

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“Ser drag queen é uma arte”, define o osasquense Flávio Mota, 30, ou Drag Tiffany, como passou a ser conhecido há seis anos, desde que se identificou com o universo drag. “Para você ser uma drag queen completa você tem que saber se vestir, atuar, cantar, dançar, ser uma artista completa”.
A iniciativa que começou por hobby se tornou profissão há quatro anos. “Sempre trabalhei com teatros, com arte. Vendo um amigo meu fazendo um show de drag queen e trabalhando com eventos, vi que poderia ganhar com isso”.

Osasquense Drag Tiffany diverte festas e eventos

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Uma das referências dela é Ru Paul, a drag mais famosa do mundo, que faz sucesso com o reality show RuPaul’s Drag Race (disponível no Netflix) ao estilo de concursos de miss, que traz competições para escolher as melhores drag queens dos Estados Unidos.
A agenda dos shows de humor da Drag Tiffany é cada vez mais cheia. Ela anima confraternizações em empresas, casamentos, festas de aniversário, concursos de miss etc. e tem participações em programa de TV em emissoras como o SBT e TV Osasco.
“Meu maior público é público hétero”, conta. E quando percebe um possível preconceito? “Como a gente é artista, acaba tirando de letra. Aconteceu uma vez só de um rapaz que recebeu da esposa um telegrama animado pelo aniversário dele, no começo não gostou muito, acho que por questão de preconceito, mas viu que todos os convidados começaram a interagir, que estava fazendo papel de bobo, acabou ficando com vergonha e entrando no clima”.
Além disso, também há eventos específicos, como palestras motivacionais, eventos sobre identidade de gênero.
IMG_20150624_110421719Flávio
Fora da personagem a coisa muda. A colorida e espalhafatosa Drag Tiffany dá lugar a um rapaz tímido, como Flávio se define. “A drag é a parte minha que eu consigo pôr pra fora quando estou de drag. Eu sou mais tímido, recatado, tenho frio na barriga para falar em público. Quando estou de drag, não”.
O caminho até a realização como drag queen, também teve superação de preconceitos, lembra Flávio. “Desde pequeno sempre tive a visão que o sexo oposto não me atraía. Sofria bastante na escola, desviava o caminho para não ser chamado de ‘veadinho’ na rua”.
Na família, “minha mãe sempre foi muito transparente comigo, sempre perguntando se eu estou bem, se estou apaixonado, se estou feliz. O pai é mais complicado, sempre achando que o namorado era o melhor amigo. Mas agora está tranquilo”.