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A jogada Pizzolato

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Entre os dias 15 e 17 de novembro último, foram cumpridos 11 de 12 mandados de prisão que chamaram a atenção de todo o país. Réus condenados na Ação Penal 470, o chamado “Mensalão”, foram espetacularmente levados a Brasília para iniciarem o cumprimento de suas penas.

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Apenas um mandato deixou de ser cumprido: o do ex-diretor de marketing do Branco do Brasil, Henrique Pizzolato. Considerado foragido, especula-se que estaria na Itália, país onde também tem cidadania e ao qual pediu ajuda, entrando com pedido de novo julgamento para anular sua condenação no Brasil.

Na Itália, ex-diretor do BB deve apresentar provas que complicam julgamento do STF

Sem muito alarde, Pizzolato apresentou aos juizes italianos documentos que teriam sido propositalmente excluídos do processo principal do “mensalão”. Papéis e auditorias que provam, cabalmente, que os recursos que originaram o AP 470 teriam vindo de uma empresa privada, a Visanet, sem vínculo público. A jogada de Pizzolato, cidadão comum, sem todo o histórico de vida e militância política que ajudou a atrair a comoção de parte da sociedade brasileira para possíveis exageros e ilegalidades cometidas na execução das sentenças dos demais reús, pode causar uma enorme reviravolta no caso, derrubando dois pilares do processo brasileiro: as acusações de corrupção e peculato, justamente duas das mais importantes para fundamentar as prisões.

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Curiosamente, foi justamente após o ex-diretor apresentar seu pedido acompanhado do dossiê à Justiça Italiana que vários discursos antes enfáticos na defesa da condenação e rápida execução das sentenças no Brasil começaram a mudar de tom e ponderar reflexões alternativas. Agora é aguardar e ver para onde levará a jogada Pizzolato.

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