Início Opinião Editorial: Cada dia uma bomba

Editorial: Cada dia uma bomba

0
Editorial: Governo precisa ouvir os trabalhadores

As polêmicas envolvendo a Operação Lava Jato não param. O último episódio, nesta quinta-feira, 23, foi o vazamento da chamada lista da Odebrecht, com o nome de cerca de 200 políticos. No vale-tudo em que se transformou a operação, vaza-se a lista mesmo sem os devidos esclarecimentos sobre o que são doações eleitorais legais e declaradas à Justiça Eleitoral e o que é o famigerado caixa 2.

publicidade

 
Louvada como marco no combate à corrupção no Brasil, a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público já é amplamente questionada por expedientes como o de hoje: vazar para a imprensa informações sigilosas, gerando comoção na população, que tende a colocar no mesmo balaio toda a classe política.

 
Na tal lista da Odebrecht apareceram nomes de todos os principais partidos, inclusive figurões da oposição, como o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, e o senador paulista José Serra. Em seguida, o Ministério Público Federal divulgou que não há e nem pretende que haja acordo de delação premiada com Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba. Além disso, o juiz Sergio Moro decretou o sigilo das planilhas, em atuação diferente da que teve em outras ocasiões, como nos grampos com Lula e Dilma.

publicidade

 
Mais uma vez, a impressão que fica é de que o objetivo não é combater a corrupção de todos os partidos, como é o desejo da ampla maioria da população brasileira. Com nomes importantes do Congresso em delações, sobretudo dos que tentam apressar o processo de impeachment da presidente, fica a desconfiança de que a queda de Dilma (esta jamais citada em esquemas de corrupção) serviria para frear a Lava Jato, que já avança sobre aqueles que bradam contra a corrupção. Espera-se agora a atuação republicada do Supremo Tribunal Federal para colocar os pingos nos is.