Início Opinião Jacques Demajorovic: Valorar a água para não racionar

Jacques Demajorovic: Valorar a água para não racionar

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Com as fortes chuvas que marcaram o período de dezembro a março, as notícias sobre a crise hídrica no Sistema Cantareira têm se centrado em novas questões. A iminência de uma catástrofe hídrica, que dominou o noticiário em 2015, foi substituída pelas notícias sobre a saída do volume morto, a redução do racionamento feito pela Sabesp, o aumento do consumo de água (Folha de São Paulo, 19/01/2015) e a recente declaração do governador do Estado Geraldo Alckmin sobre o fim de crise da água na maior cidade do país (Folha de São Paulo, 09/03/2016).

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Ninguém em sã consciência pode lamentar ou não festejar o volume de chuvas acima da média que tem contribuído para a recuperação, ainda que de forma lenta, de um dos mais importantes mananciais a fornecer um dos insumos mais vitais para o dia a dia da cidade. Mas, o que poderia ser considerada uma boa notícia, revela mais uma vez a falta de uma política de racionalização do consumo da água e melhoria de instrumentos públicos para uma efetiva gestão dos recursos hídricos.

 
A comemoração apressada encobre diversos desafios a serem enfrentados no futuro. Especialistas alertam que, para que a crise não se agrave durante o período de seca, é preciso continuar contando com muita boa vontade de São Pedro para garantir que o reservatório não volte a depender de sua reversa técnica ou volume morto ainda em 2016. Porém, mesmo contando com um São Pedro camarada, a gestão dos recursos hídricos no estado de São Paulo precisa ir muito além de algumas medidas até aqui tomadas, como racionamento e a definição do volume ideal de retirada do Sistema Cantareira.

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