Em Osasco, os três vereadores da oposição têm feito barulho nas últimas sessões da Câmara Municipal para pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde no município. Já os parlamentares aliados do prefeito Rogério Lins (PODE) criticam os adversários e dizem que a proposta é “eleitoreira”.
Um dos defensores da CPI da Saúde, o vereador Tinha Di Ferreira (PTB), afirma: “Hoje não tem remédio nas Unidades Básicas de Saúde. Nós temos a Policlínica com todos os exames atrasados, laboratório muito ruim. Quer dizer, a Saúde em Osasco não funciona. Ela paralisou”.
Já Alex da Academia (PDT), da base do prefeito, defende que têm acontecido melhorias na rede municipal de Saúde e avalia que uma CPI atrapalharia a ampliação dos avanços. “É notório que precisamos de melhorias no sistema de Saúde. Aliás, não só em Osasco, mas no país todo. Mas temos visto também melhorias em Osasco, o ‘paciente’ está reagindo. Uma CPI, hoje, não vai trazer melhorias para a Saúde, pelo contrário. Ainda mais uma CPI eleitoreira, como essa”.
Outro defensor da CPI, o vereador Elissandro Lindoso, o Dr. Lindoso (PSDB), ex-presidente da Câmara Municipal, diz que o foco da investigação seria “identificar os ‘ralos’ e tentar fazer com que os recursos da Saúde sejam melhor aproveitados”. Para Lindoso, “a saúde de Osasco está ruim. Em dois anos [da atual gestão] já dava para resolver ou, pelo menos, dar um encaminhamento”.
Já o atual presidente da Câmara, Ribamar Silva (PRP), rebate: “Temos que entender o que está acontecendo, apontar as necessidades, para ajudar o prefeito a melhorar a Saúde. Não fazer oposição irresponsável, utilizando a Saúde do povo, para fazer palanque político. CPI é uma coisa séria”. Ele diz que “se tivesse fundamento, base, os vereadores apoiariam. Mas não tem base, é uma CPI eleitoreira. Não podemos torcer para o quanto pior melhor ”.
Economia
Os parlamentares que apoiam o prefeito Rogério Lins também ressaltam o impacto da crise econômica do país sobre a rede de Saúde. De acordo com dados do IBGE, o desemprego atinge 12,7 milhões de pessoas no Brasil.
“A gente sabe da dificuldade que tem, não só em Osasco, no Brasil. O pai de família que fica desempregado, vai para o SUS. A demanda é muito grande”, afirma Ribamar Silva.
Segundo a Prefeitura, a média de atendimentos na rede municipal osasquense subiu de 15 mil para 25 mil por dia nos últimos meses.