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Escolares protestam contra padronização da frota

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Vans fizeram carreata por Osasco e pararam em frente ao prédio da prefeitura / Foto :Francysco Souza
Vans fizeram carreata por Osasco e pararam em frente ao prédio da prefeitura / Foto :Francysco Souza

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Leandro Conceição

Dezenas de transportadores escolares realizaram um protesto em carreata na manhã de quarta-feira, 1º, por vias importantes de Osasco. O ato foi contra a determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) de que passem a usar a cadeirinha nos veículos e a proposta de padronização da frota, em estudo pelos órgãos reguladores.

Uso da cadeirinha é inviável, alegam 

“No Brasil, atualmente não existe nenhum modelo de cadeirinha que permita a fixação em cintos lombares de duas pontas, dispositivo utilizado nas vans. Dessa forma é impossível cumprir com as exigências do Contran”, alega manifesto sem assinatura divulgado pela internet convocando as manifestações, que marcaram o Dia do Transportador Escolar.

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Um dos participantes do ato em Osasco, o transportador escolar Luiz Henrique Oliveira Lima afirma que seria necessária uma “superadaptação” nos veículos para terem os cintos de três pontas para encaixar as cadeirinhas. Ele defende que seja obrigatório o uso do bebê conforto, para crianças de até cerca de 1,5 ano, que pode ser encaixado em cintos de dois pontos.

Transporte público?
Em muitos locais a mobilização foi realizada sem o apoio das entidades representativas. Em São Paulo, o Sindicato do Transporte Escolar do Estado de São Paulo (Simetesp) não teve participação no ato. A entidade, que tem as mesmas críticas sobre a determinação do uso das cadeirinhas, afirma que a pauta já está em negociação com representantes públicos.

O Simetesp também alfineta os serviços públicos sobre o tema: “o cinto e as cadeirinhas inclusive deveriam ser obrigatórios no uso do transporte coletivo de passageiros (ônibus, trem e metrô), uma vez que milhões de estudantes utilizam esses meios de transporte”.

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Mudanças podem aumentar preço

A possível padronização dos veículos escolares, provavelmente com micro-ônibus com acessibilidade a pessoas com deficiência vem sendo discutida no país e divide transportadores. O Simestesp defende a padronização, com um micro-ônibus para 20 alunos, desde que a determinação da mudança seja acompanhada “de amplo incentivo fiscal e de financiamento para que além de mais barato, possa ser renovado periodicamente”.

Já os idealizadores do protesto de quarta-feira afirmam: “as entidades não concordam com a padronização pelo fato da proposta onerar consideravelmente o custo do transporte escolar em todo o Brasil, elevando os valores das mensalidades. O processo é complexo, é preciso garantir a acessibilidade, mas também é necessário pensar um modelo que não exclua do sistema o aluno de baixa renda”.

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Além do aumento do custo, o transportador osasquense Luiz Henrique Oliveira Lima observa que poderia haver dificuldade de acesso a áreas principalmente na periferia: “Às vezes com a van, a gente já sofre com ruas estreitas, tem de manobrar, voltar de ré, porque é apertado de passar. Imagina com um micro-ônibus… As crianças seriam prejudicadas, já que, em bairros mais afastados, o pai teria de levá-las a uma avenida para o ônibus poder passar”.

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