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Editorial: House of Cunha ou o quarto poder

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O Brasil vive um momento sem paralelo na história. Por duas vezes o povo brasileiro já foi convocado a decidir, nas urnas, em plebiscito, se gostaria de mudar ou não o sistema de governo de presidencialismo para parlamentarismo (1963 e 1993). Nas duas o parlamentarismo foi derrotado. Mas com o atual Congresso sob o comando de Eduardo Cunha, tivemos a prova definitiva de que agora é o Parlamento, de fato, quem comanda os rumos do país.

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Bom, o Parlamento, em termos. Na verdade, o que manda é a vontade de seu presidente. Não é à toa que virou piada a Casa ser chamada de “House of Cunha”, numa alusão à série de televisão House of Cards (sucesso no Netflix) que traz como protagonista um parlamentar ardiloso, sem escrúpulos e completamente antiético, que faz tudo pelo poder.

E embora Cunha rechace a comparação (“o cara é um corrupto e o cara ainda é um homossexual”, incomodou-se certa vez), induz a ela nas manobras que faz no Congresso. A ponto de, pela segunda vez, contrariando preceitos constitucionais e a opinião de juristas e colegas parlamentares, recolocar em pauta matéria já dada por encerrada, caso do financiamento empresarial de campanha e agora da maioridade penal.

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E justamente por isso, esse editorial começa ponderando que o valor da “vontade do parlamento” é relativo. Porque, nas duas vezes, a vontade inicial do Parlamento foi contrária à de Cunha. Mas ele resolveu distorcer as regras para votar novamente, depois de pressionar os colegas. E o resultado é o que vemos. Em ação, um quarto poder, que não é a imprensa.

A pergunta que não quer calar agora é: se lhe é simples assim passar por cima da Constituição, qual será o limite do sr. Eduardo Cunha?

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