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Nas escolas, nas ruas, shoppings, manifestações…

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Parcelas da elite e da classe política parecem mesmo não ter assimilado a lição do episódio de junho do ano passado. Naquele momento, uma massa descontente foi às ruas reivindicar a redução das tarifas dos transportes públicos em São Paulo. O movimento tomou dimensões nacionais. Agora a história se repete com o fenômeno dos “rolezinhos” nos shoppings.

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Mas o que teriam em comum os dois casos? Muitas similaridades, a começar pela descentralização e o uso das redes sociais em sua organização. Mas, sobretudo, o fato de terem virado fenômenos sociológicos a partir da destrambelhada reação de quem devia monitorar e administrar os dois fenômenos.

Reação desproporcional provocou acirramento dos ânimos

Nos dois fenômenos, foi justamente a reação contrária, de força desproporcional, que provocou o acirramento dos ânimos. As origens eram muito mais pacíficas e ordeiras do que aquilo em que se transformaram depois dos enfrentamentos. Ainda mais em se tratando de lidar com o espírito adolescente, intempestivo e contestador.

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Ninguém, em sã consciência, pode defender os ilícitos – de depredação, em junho – e os episódios de “arrastão”, de agora. Mas em nenhum dos casos os eventos iniciais tiveram esse caráter delinquente. E talvez tivessem sido eventos isolados não fosse a recepção desmensurada daqueles que deviam entender o que estava acontecendo.

Não se trata de imprimir um caráter político ou social aos rolezinhos (se é que é possível). Os shoppings têm o direito de argumentar que não estão preparados para uma aglomeração maior do que a projetada e buscar formas de lidar com essa nova espécie de flashmob. Mas uma que não envolva cerceamento de liberdades, repressão ou violência contra jovens que estão basicamente externando sua busca por alternativas.

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