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Quem tem medo do plebiscito?

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A posição do PMDB acerca da proposta de reforma política apresentada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional é sintomática e cheia de significados. O governo sugere que o Legislativo convoque um plebiscito – legalmente a iniciativa não pode ser do Executivo – e consulte a vontade popular a respeito de temas que há tempos permeiam as ideias reformadoras, tais como o financiamento público de campanha, o sistema eleitoral (se em listas abertas ou fechadas, distrital, misto, etc.), o voto secreto e a suplência no Senado, e o funcionamento das coligações.

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Principal partido da base aliada, PMDB flerta com o discurso da oposição

O PMDB, principal partido da base aliada do governo, através de suas lideranças, foi um dos primeiros a se manifestar sobre o tema, apoiando a reforma, mas “daquele” jeito: considerando o prazo apertado, ponderando a possibilidade do próprio Congresso produzir uma proposta que torne desnecessária a consulta popular e, mais ainda, flertando com o discurso da oposição: é necessário reduzir ministérios.

Que o enxugamento da máquina, em nome da austeridade e da eficiência, devem ser objetivos de qualquer governo, não se discute. E um partido como o PMDB, com pelo menos cinco ministérios sobe seu controle poderia, claro, dar sua parcela de contribuição ao “cortar da própria carne”, para usar um chavão que ficou conhecido na política. Mas o argumento colocado como contraponto à sugestão da reforma do sistema político mostra um certo desconforto de setores conservadores dentro do próprio partido com o tema. Um desconforto com o qual, provavelmente, o PMDB, como partido aliado, não está sozinho.

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São os mesmos setores que, historicamente, esquivam-se das discussões sobre a reforma. Ou pior, refutam a consulta à sociedade. Não foi à toa que as manifestações em todo o país trouxeram à tona a questão da crise de representatividade do eleitorado.

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