O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP fez um levantamento que aponta que o número de amputados atendidos em seu Instituto de Ortopedia e Traumatologia, dobrou de 13 casos em 2011, para 26 em 2012.
Segundo Kodi Kojima, ortopedista e coordenador do grupo de trauma do instituto, a maioria destes casos é em decorrência de acidentes causados por motos. “Durante a internação, esses pacientes passam em média por três procedimentos cirúrgicos, e nos dois anos subsequentes, 60% necessitam de reinternação e mais cirurgias”, explica.
Das vítimas, 40% voltam a ter um nível funcional bom e 30%, muito ruim. Além disso, há os problemas psicossociais. “Esses indivíduos podem passar por um ou mais do que se chama os ‘4Ds’ do amputado: divorciado, deprimido, desempregado e desmoralizado”, explica Kojima.
Mulheres, idosos, fumantes e pessoas com doenças prévias podem ter maior probabilidade de apresentar complicações neste tipo de trauma. “Além dos impactos físicos e psicossociais causados, o custo de amputar um membro ao longo da vida pode chegar a R$ 500 mil, entre próteses, retornos médicos e reabilitação”, conclui o especialista.
