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Editorial: Desfaçatez

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Editorial: Governo precisa ouvir os trabalhadores

Para quem esperava que a crise política acabaria com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, as notícias diárias de escândalos envolvendo figuras importantes do governo de Michel Temer ou aliados são um balde de água fria.

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Só nas duas últimas semanas, o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, deixou o cargo acusando o ministro de Governo, Geddel Vieira Lima, um dos ministros mais próximos de Temer, de pressioná-lo para atender a seus interesses pessoais, liberando um empreendimento no qual Geddel tem propriedades em uma área tombada de Salvador.

Trata-se de uma denúncia gravíssima, mas que ficou por isso mesmo. Temer se apressou em bancar a permanência de Geddel no governo. Nesta quinta, 24, o próprio Temer foi acusado por Calero, em depoimento à Polícia Federal, de pressioná-lo para atender ao pedido de Geddel. Um novo escândalo que pode ferir de morte o governo Temer.

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Durante a semana, causaram indignação as notícias de que deputados, a maioria da base aliada do governo, articulam a anistia a quem já praticou Caixa 2 em meio ao projeto de lei que estabelece medidas contra a corrupção (PL 4.850/16). Quanta ironia, um projeto contra a corrupção que beneficiaria corruptos.
Como não poderia deixar de ser, esse tapa na cara da sociedade brasileira foi alvo de protestos.

Pressionados, os deputados adiaram a votação do projeto, que deve ocorrer na semana que vem. Cabe à sociedade ficar atenta, para não ser ludibriada em um projeto no qual negociações têm sido feitas a portas fechadas, na calada da noite, no Congresso Nacional. Aliados de Temer indicam que a tal “velha política” continua firme, forte e com cada vez mais desfaçatez.

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