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Moção em apoio a Nise Yamaguchi é aprovada na Câmara de Osasco

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Reprodução

Foi aprovada na Câmara de Osasco, na sessão desta terça-feira (8), moção em apoio à médica Nise Yamaguchi após as polêmicas geradas pelo depoimento da defensora da cloroquina no tratamento da covid-19 na CPI realizada no Senado que apura as ações do governo federal relacionadas à pandemia.

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O autor da proposta, vereador Délbio Teruel (DEM), declarou que, em seu depoimento, na terça-feira (1º), Nise Yamaguchi “foi constrangida e desrespeitada durante a CPI da Covid”. “É uma mulher, médica, que foi convidada a ir depor na CPI. Independente do que estava sendo discutido, qual a posição dela, favorável a tratamento precoce ou não, ela precisa ser respeitada. Alguns senadores passaram do limite”, afirmou o parlamentar.

O principal alvo de críticas de Délbio foi o senador Otto Alencar (PSD-BA). Contrário ao uso da cloroquina e crítico das ações do governo na pandemia, o senador baiano chamou a atenção ao questionar Nise Yamaguchi se ela sabia a diferença entre um vírus e um protozoário, o que a médica, apontada como conselheira informal do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia, se complicou ao responder.

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Para o vereador osasquense, “Otto Alencar ‘atropelou’ a doutora Nise com a falta de educação, falta de respeito, misturou a questão político-partidária com uma coisa séria que está sendo discutida lá na CPI”.

Délbio afirmou ainda que a médica “foi atacada”. “Extrapolaram o limite, foi uma desonra do poder legislativo e uma afronta à classe médica, um absurdo”, avaliou.

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A vereadora Lúcia da Saúde foi no mesmo tom: “Eles chamaram ela ali, ela é médica, especialista, e eles a atacaram. Ela foi atacada e desonrada”.

“Tem uma diferença grande entre ser desrespeitada e ser questionada”, rebate vereadora do PSOL

Já a vereadora Juliana da Ativoz (PSOL) discordou dos colegas: “Tem uma diferença muito grande entre ser desrespeitada e ser questionada dentro de uma CPI que vai investigar 500 mil mortes no nosso país”.

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A vereadora Juliana da Ativoz (PSOL)

Sobre o questionamento feito por Otto Alencar a Nise Yamaguchi, a parlamentar osasquense avaliou: “A gente precisa pensar na ciência, o que a ciência está falando. Seria a mesma coisa que questionar para um secretário de Esportes qual a diferença entre um campo e uma quadra”.

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Délbio rebateu: “Passou, sim, dos limites, lá no Senado. Foi um total desrespeito. Uma mulher não merece ser tratada e dita que não sabe nada, não conhece nada, do que está falando, quando é uma senhora especialista e reconhecida internacionalmente”.