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Vereador de Osasco defende jovem negro acusado de roubar bicicleta no RJ e critica “racismo estrutural”

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Matheus Ribeiro passeava com a bicicleta quando foi abordado pelo casal / Foto: Reprodução

O vereador Emerson Osasco (REDE), ativista do movimento negro, usou a tribuna na sessão de terça-feira (22) para defender o carioca Matheus Ribeiro, de 22 anos, que foi acusado recentemente de ter furtado uma bicicleta elétrica no Rio de Janeiro. O caso ganhou repercussão nacional.

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O jovem negro e de periferia, que é instrutor de surfe, foi acusado por um casal branco de ter furtado a bicicleta enquanto passeava em frente ao Shopping Leblon. Ele gravou parte da abordagem e acusa o casal de racismo. De acordo com a Polícia Civil, o crime foi cometido por outro jovem, também de 22 anos, mas que era branco, de classe alta e que soma quase 30 passagens pela polícia. Destas, 14 são por furto de bicicletas.

Matheus voltou aos holofotes e passou a ser investigado após as investigações revelarem que a bicicleta elétrica era produto de roubo. À polícia, o jovem explicou que sua namorada comprou o item por R$ 3,6 mil em um site de produtos usados. “Mesmo apresentando o comprovante, o extrato do cartão de crédito que a sua namorada comprou e pagou, ele continuou sendo vítima do racismo estrutural que persegue o nosso povo desde quando o Brasil é Brasil. Nos colocam sempre abaixo do nível”, declarou Emerson Osasco.

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“A regra que o racismo estrutural impõe na nossa sociedade: se você é humilde, de origem humilde e se você é preto, qualquer coisa nova e boa que você usar não é sua. Ou você roubou ou deram para você”, continuou o vereador.

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Vereador Emerson Osasco / Foto: Ricardo Migliorini/CMO

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“Inversão de valores”

O parlamentar destacou ainda que houve uma “inversão de valores” na forma como o caso foi conduzido. “Em vez de investigar o Matheus, porque não investigaram o site e a pessoa que colocou a bicicleta à venda? Porque querem, de qualquer forma, criminalizar e marginalizar uma classe, um tipo e raça na sociedade. É inadmissível porque a gente sabe que os crimes acontecem independente de cor, de credo ou de profissão”, criticou.

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“Tentar, de qualquer forma, jogar todo ato criminoso em uma raça só coloca o nosso país na maior evidência de que temos muito o que evoluir como sociedade, onde não suportam alguém compartilhando do mesmo lugar, dos mesmos bens de consumo e das mesmas coisas que um cidadão, que trabalha dignamente, possa ter”, continuou o parlamentar, que apresentou uma Moção de Solidariedade ao jovem carioca.

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