Início Brasil Participação de empresas na ditadura é discutida em audiência

Participação de empresas na ditadura é discutida em audiência

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Representantes dos trabalhadores leram uma carta aberta cobrando o fato de que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) não responsabilizou empresas pelo golpe militar / Foto: sindmetal/divulgação

Nesta sexta-feira, 27, foram colhidos os primeiros depoimentos de audiência pública da Comissão da Verdade de São Paulo na Assembleia Legislativa sobre a colaboração de empresas com a ditadura civil-militar no estado.

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Representantes dos trabalhadores leram uma carta aberta cobrando o fato de que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) não responsabilizou empresas pelo golpe militar / Foto: sindmetal/divulgação
Representantes dos trabalhadores leram uma carta aberta cobrando o fato de que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) não responsabilizou empresas pelo golpe militar / Foto: sindmetal/divulgação

Documentos e depoimentos mostram relação íntima entre as fábricas e os órgãos de repressão. Trabalhadores e representantes de seis empresas foram chamados a prestar esclarecimentos. A audiência continua na próxima segunda-feira, 2.

Nesta sexta, representantes dos trabalhadores leram uma carta aberta cobrando o fato de que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) não responsabilizou empresas pelo golpe militar.

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O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região participa do Fórum de Trabalhadores que promove a audiência junto à Comissão da Verdade paulista.

Entre os temas discutidos na audiência, o jornalista e professor universitário Antonio Roberto Espinosa, operário da Cobrasma na época da histórica greve que mobilizou milhares de metalúrgicos de Osasco em 1968, falou sobre a repressão da ditadura à mobilização.

Além disso, trabalhadores da fábrica Alipert falaram do clima de terror, da disciplina militar e da resistência construída na rotina de trabalho da empresa durante o regime. Há relatos de livre circulação da PM dentro da empresa, na zona Sul de São Paulo, nas décadas de 1960 e 70.

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As empresas Volkswagen, Metrô, Embraer e Codesp também foram convocadas que explicar a postura tomada durante o período de repressão.

Metalúrgicos da Volkswagen em São Bernardo do Campo foram à época presos e interrogados dentro da fábrica. Metroviários de São Paulo foram demitidos após greve em 1983.

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